Morta em invasão no Capitólio, Ashli Babbitt era veterana das Forças Armadas dos EUA
A mulher baleada no Capitólio, em Washington, nesta quarta-feira, dia 6, após uma invasão de apoiadores do presidente dos EUA, Donald Trump, já foi das Forças Armadas do país. Ashli Babbitt, de 35 anos, era casada e morava em San Diego, na Califórnia. A identidade dela foi confirmada pelo ex-marido, Timothy McEntee, em entrevista ao jornal "Washington Post". Eles se conheceram no serviço militar e foram casados por 14 anos, quando se separaram em 2019. A apoiadora de Trump serviu no Afeganistão, Iraque e Kuwait.
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Segundo o ex-marido, Ashili era uma “grande patriota” e uma pessoa ativa nas redes sociais. McEntee não imaginava que Babbitt havia viajado para Washington para os protestos. Ele ficou chocado com a notícia de sua morte e a descreveu como inteligente e obstinada.
“Eu me sinto muito mal e mal do estômago por isso. Ela nunca tinha medo de falar o que pensava e, de certa forma, essa era sua maneira de falar o que pensava (indo para o comício). Era muito barulhenta e firme nas suas opiniões, mas também era cheia de amor e carinhosa”, disse o homem.
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McEntee disse que Babbitt se casou novamente e possuía uma empresa de fornecimento de piscinas com seu atual marido, Aaron Babbitt. A sogra de Babbitt disse ao canal "FOX 5", mesmo sem identificar a nora pelo nome, que seu filho não acompanhou Babbitt até a manifestação em Washington.
"Eu realmente não sei por que ela decidiu fazer isso", disse a sogra em entrevista, na quarta-feira à noite.
De acordo com o jornal britânico "Daily Mail", registros judiciais mostram que a mulher tinha sido processada por perigo imprudente, destruição maliciosa de propriedade e adulteração de um carro, além de ter recebido duas ordens de restrição.
Uma das últimas postagens feitas pela seguidora de Trump foi no Twitter na terça-feira, dia 5. A mulher compartilhou diversas mensagens sobre os protestos que cercavam o Capitólio em Washington. Em suas postagens, ela sempre reforçou a ideia de que houve uma suposta fraude nas eleições gerais dos Estados Unidos, em novembro de 2020, quando Trump foi derrotado pelo democrata Joe Biden.
"Nada vai nos parar, a tempestade está aqui e chegará a Washington em menos de 24 horas. Da escuridão à luz”, escreveu ao repostar uma publicação.
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Ashili Babbitt foi baleada por um agente à paisana após invadir o Capitólio e tentar entrar na Câmara dos Representantes. No Twitter, uma publicação já ultrapassou 3 milhões de visualizações, seguida de outra postagem que mostra um grupo de pessoas tentando socorrê-la. No entanto, ela não resistiu aos ferimentos. Ela usava uma bandeira dos Estados Unidos nas costas. Na madrugada desta quinta-feira, o chefe da Polícia de Washington, Robert Contee, confirmou que ela foi baleada por um policial do Capitólio.
Segundo as imagens que circulam na internet, o tiro teria sido disparado por um policial que, do outro lado de uma porta com vidraças quebradas e protegida por uma barricada, tentava impedir que manifestantes adentrassem ainda mais no prédio. A mulher, que estava acompanhada de outros invasores, aparentemente estava desarmada e foi baleada na parte superior do corpo. É possível ver sangue saindo da sua boca.
O vídeo é cortado antes que ela seja resgatada, mas os policiais ao seu redor aparentemente se mobilizavam para fazê-lo. Câmeras do canal NBC News capturaram o momento em que ela foi retirada do prédio em uma maca, amparada por paramédicos e escoltada por policiais. Segundo a polícia, ela foi declarada morta no hospital.
Defensora ferrenha do presidente, Babbitt teria viajado sozinha para a capital para se juntar ao ato. Há semanas, Trump convocava seus apoiadores, baseando-se nas alegações falsas de fraude, para ir para Washington na quarta-feira, chegando a afirmar que seria um dia "selvagem".
— Policiais do Capitólio os enfrentaram e, em um certo momento, um deles fez uso de sua arma de serviço — disse o chefe de polícia Robert Contee, afirmando que uma investigação foi aberta para apurar o "trágico acontecimento".
Além de Babbitt, outras três pessoas, uma mulher e dois homens, morreram nos arredores do Capitólio, "por emergências médicas" distintas. Ele não especificou, no entanto, se eram invasores ou quais foram as circunstâncias das mortes.
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