Nas ruas, CPMF é um presente de grego
O
bolso do contribuinte que já estava chegando ao volume morto por causa
da crise econômica vai passar por mais um período severo de estiagem com
a reedição da CPMF. Nas ruas, a intenção do governo de retomar o
Imposto do Cheque — que incidirá sobre as transações financeiras —
despertou a ira dos brasileiros, que reclamam da condução da política
econômica.
— Sobrou para nós de novo. Se eu encontrasse a Dilma,
diria: “obrigado pelo presente”. Não estava faltando mais nada. Se eu
estivesse no lugar dela, procurava não errar do jeito que ela errou. Era
a ilha da fantasia, da maquiagem. Cedo ou tarde, isso iria acontecer —
disse o jornaleiro Antônio Santoro, de 48 anos, lembrando dos dez anos
em que o tributo esteve em vigor, entre 1997 e 2007.
Os eleitores da presidente demonstravam o descontentamento com a alta de impostos.
—
Eu fico com raiva porque o Brasil quer se mostrar desenvolvido, mas é
igual a uma melancia. Por fora é vistoso, bonito, mas por dentro está
vermelho de dívidas. Apodreceu. O governo tinha que diminuir a
roubalheira. Eu votei nela (Dilma Rousseff), não vou mentir, mas, se eu
soubesse o que ia acontecer, teria pensado duas vezes — declarou o
vendedor ambulante de tapioca Ronaldo Francisco, de 18 anos.
Os contribuintes também lembraram de desvios de dinheiro em esquemas de corrupção no país.
— Eu queria que ela (Dilma)devolvesse o que é do povo — disse o vendedor Eraldo Rocha, de 65 anos.
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