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É hora de recomeçar: confira dez dicas para superar a crise e evitar dívidas em 2017


Nádia Pires Carneiro deixou de lado planos para expandir os negócios, mas evitou dívidas
Nádia Pires Carneiro deixou de lado planos para expandir os negócios, mas evitou dívidas Foto: Urbano Erbiste
Pollyanna Brêtas

Para muitos brasileiros, o ano de 2016 entrará para a história como um período difícil, muito difícil. Com a crise, sobraram desafios: em casa, no trabalho, nos estudos, na saúde... Para driblar o tempo de incertezas, o EXTRA preparou dez dicas para recomeçar em 2017(confira abaixo).
No caso da esteticista Nádia Pires Carneiro, de 62 anos, os planos de expandir os negócios foram abandonados. Ela chegou a alugar uma sala exclusiva para atender às clientes. Mas, com a crise, o movimento caiu pela metade. E, para evitar o endividamento, Nádia entregou o imóvel ao proprietário e voltou a trabalhar em um salão, onde precisa dividir o faturamento. A queda na renda da esteticista também determinou o cancelamento do seu plano de saúde.
— Tenho que gastar só o que ganho, e adequar as contas. Contratar um novo plano de saúde, na minha idade, ficaria muito caro. Entregar a sala e ficar sem o plano são medidas que evitam que eu faça dívidas. Só com o aluguel do imóvel, o gasto chegava a R$ 2 mil, por mês. Vamos ver o que vai acontecer em 2017 — assinala Nádia.
Para economistas, a primeira providência é evitar ou reduzir o endividamento, e apostar em renda extra para superar a crise econômica do país. Segundo eles, investir em novas carreiras pode ser uma das saídas para quem está desempregado.
Foi justamente um novo horizonte profissional que tirou a família do maqueiro Bruno de Oliveira, de 36 anos, do sufoco. Ele e a esposa perderam o emprego ao mesmo tempo no ano passado, depois de passarem vários meses com salários atrasados. A empresa onde trabalhavam prestava serviço ao governo do Rio, que não repassava o recursos. Ele decidiu investir em um negócio próprio, além de atuar em movimentos sindicais. Já a esposa, que é enfermeira, começou a trabalhar como professora.
Bruno Oliveira investiu em nova carreira para não ficar desempregado
Bruno Oliveira investiu em nova carreira para não ficar desempregado Foto: Fabio Guimaraes
— Fizemos dívidas com cartão quando estávamos desempregados, mas, agora, conseguimos emprego e vamos fechar o ano 100%. Foi importante acionar minha rede de contatos para conseguir uma oportunidade — disse Bruno.
Recolocação no mercado de trabalho
Atravessar um período de incertezas e aumento do desemprego exige que o trabalhador reveja seu potencial, numa análise mais crítica e sincera, além de definir onde se quer chegar nos próximos anos. A avaliação é do coach financeiro Hilton Nascimento.
— A pessoa que quer um resultado diferente tem que fazer as coisas de forma diferente. As maiores aflições e frustrações mexem muito com os trabalhadores, mas você não pode deixar que a notícia ruim seja a sua verdade. O candidato não deve esquecer seu talento e das coisas que pode fazer. Apesar de não ser a situação ideal, o chamado empreendedorismo forçado ou por necessidade está em franca expansão e pode ser um caminho para muitos desempregados.
O volume de demissões fez disparar o percentual de famílias com dívidas, encerrando 2016 em 56,6% da população do país, segundo dados de dezembro da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). Já 52,4% dos brasileiros priorizam pagamento de contas de primeira necessidade, como luz e água, segundo as consultorias GoOn-Malta Cobrança.
— Ao todo, são 58 milhões de brasileiros enfrentando dificuldades para pagar as contas em dia. O brasileiro não lembra de 30% das operações de gastos e pagamentos. Na minha casa, minha filha, por exemplo, paga a luz e ela fiscaliza desperdício de energia em casa quando alguém esquece a luz acesa — revela Ademias Gonçalves, membro da Associação Brasileira dos Educadores Financeiros.
Depoimento: ‘Compra de imóveis só com dinheiro na mão’
“Quem hoje tem um bem, como um imóvel, mas está endividado, quer vender a propriedade para pagar dívidas. Os preços estão caindo e a tendência deve se manter em 2017. Mas, por outro lado, não vale a pena se endividar no longo prazo. Então, para quem tem dinheiro na mão, é hora de barganhar descontos para comprar a casa dos sonhos. Eu não aconselho gastar dinheiro com compra de carro. Carro não é investimento, mas um bem de consumo. Em 2017, a compra de um veículo só deve ser feita se a pessoa for trabalhar com o automóvel”.



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