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Quadrilha usava dublês em perícia do INSS para fraudar auxílio-doença


Quadrilha foi descoberta em ação da Polícia Federal
Quadrilha foi descoberta em ação da Polícia Federal Foto: Andréa Machado

A Polícia Federal (PF) investiga uma quadrilha suspeita de usar documentos falsos e dublês, que fingiam ter doenças mentais ou osssos quebrados, para conseguir auxílio-doença de forma irregular. Em dez anos, o grupo criminoso fraudou cerca de R$ 60 milhões, segundo estimativa dos investigadores.
A chefe da quadrilha seria uma auxiliar de enfermagem que foi um dos alvos de uma operação deflagrada pela PF de São Paulo na manhã desta terça-feira. Ao todo, foram expedidos 12 mandados de prisão e 16 de busca e apreensão. A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 25 milhões de integrantes da quadrilha.
Por meio do esquema, os criminosos usavam documentos e relatórios médicos falsos para pedir auxílios-doença. Na hora da perícia, a quadrilha valia-se de dublês, ou seja, pessoas que se passavam pelo requerente do benefício e que fingiam estar com problemas de saúde.
Segundo a PF, o grupo tambem gerava aposentadorias falsas. Os criminosos faziam cartas de concessão de aposentadoria fictícias que permitiam sacar valores depositados no FGTS do "cliente" do grupo criminoso. Para pagar o serviço, os beneficiários tinham que repassar à quadrilha algumas parcelas da falsa aposentadoria.
Chamada de Operação Pseudea, a investigação teve apoio de equipes da Inteligência Previdenciária, Advocacia-Geral da União, Ministério Público Federal e INSS. O nome da operação é uma referência à divindade grega que personalizava a mentira e as falsidades.
As investigações tiveram início em novembro de 2017. Até hoje, apurou-se um prejuízo de mais de R$ 6 milhões apenas nos auxílios-doença. "Como há indícios de que o grupo agia há mais de dez anos, estima-se que os prejuízos superem os R$ 60 milhões", informa nota da PF.
"Ao final dos trabalhos, pretende-se que o aprendizado alcançado no âmbito dessa operação gere um programa de compliance, com vistas a permitir uma melhor governança pública, evitando-se assim a persistência de falhas estruturais", diz o texto dos policiais.

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