Integrante dos "Beatles", célula do grupo Estado Islâmico, declara inocência em Londres
Membro da célula do grupo extremista Estado Islâmico (EI) conhecida como "Beatles" - especializados na tortura e execução de reféns ocidentais na Síria -, o britânico Aine Davis se declarou inocente nesta sexta-feira (10), durante seu julgamento em Londres.
Davis, de 39 anos, foi acusado de posse de arma de fogo entre julho de 2013 e janeiro de 2014 "para fins relacionados ao terrorismo", além de duas acusações vinculadas ao financiamento de atividades terroristas.
O réu se declarou inocente das três denúncias, em audiência perante o juiz Mark Lucraft, no Tribunal Criminal Central de Londres.
Por ordem do magistrado, ele permanecerá em prisão preventiva até a próxima audiência, marcada para 18 de abril.
Davis foi detido em novembro de 2015 na Turquia e condenado em um tribunal local a sete anos e meio de prisão por crimes relacionados ao "terrorismo".
Após ser libertado, ele foi deportado e preso novamente em agosto passado ao chegar no aeroporto de Luton, em Londres.
Durante seu julgamento na Turquia, Davis negou ter pertencido à célula dos "Beatles".
Apelidados com o nome da famosa banda de rock britânica por serem quatro homens com sotaque britânico, eles atuaram na Síria entre 2012 e 2015 e ganharam fama ao registrar as execuções de seus reféns em vídeos de propaganda.
O britânico Mohamed Emwazi, apelidado de "Jihadi John", foi o integrante mais famoso do grupo e morreu em 2015 em um ataque realizado por um drone americano na Síria. Ele aparecia encapuzado em vários vídeos em que cortava a garganta de seus reféns, vestidos com roupas alaranjadas.
Estes jihadistas cresceram e se radicalizaram em Londres. Os "Beatles" são acusados de supervisionar a detenção de 27 jornalistas e trabalhadores humanitários procedentes de Estados Unidos, Reino Unido, Espanha, França, Itália, Alemanha, Dinamarca, Suécia, Bélgica, Japão, Nova Zelândia e Rússia.
Os outros membros deste grupo, El Shafee el Sheikh e Alexanda Kotey, foram condenados à prisão perpétua por um tribunal dos EUA no ano passado, após serem presos pelas forças curdas sírias em 2018.
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