Marcelo Odebrecht diz que não tem o que dedurar na Operação Lava Jato
Em depoimento à CPI da Petrobras,
executivo preso nega que vá colaborar com as investigações por meio de
delação premiada e afirma ser a favor do financiamento empresarial de
campanha
São Paulo – Em depoimento ontem (1º) à
CPI da Petrobras, em Curitiba, o presidente da construtora Odebrecht,
Marcelo Odebrecht, preso há 90 dias no âmbito da Operação Lava Jato, que
investiga corrupção na Petrobras, disse que não pensa em colaborar com a
Justiça por meio de delação premiada. “Para alguém dedurar, tem que ter
o que dedurar, o que não é o caso”, disse, ao responder pergunta do
deputado Altineu Cortes (PR-RJ), um dos sub-relatores da CPI.
O executivo se recusou a responder perguntas relativas às acusações
que pesam contra a empresa, sobre pagamento de propina e formação de
cartel em contratos com a Petrobras. “Gostaria de ter oportunidade,
nessa CPI, de falar tudo o que sei, mas infelizmente estou engessado
porque estou amarrado pela questão do processo penal que corre
paralelamente, inclusive com depoimentos de testemunhas de acusação”,
disse.
Apesar de não querer falar sobre as acusações, ele
respondeu algumas perguntas. O deputado Bruno Covas (PSDB-SP) tentou
levar o assunto para o Partido dos Trabalhadores e perguntou se o
empresário já conversou sobre a Petrobras com a presidente Dilma
Rousseff e com o ex-presidente Lula. “É provável e natural que sim. Mas
sempre foram conversas republicanas”, disse o empresário.
Marcelo Odebrecht disse ter esperanças de que a
empresa saia desse processo da Operação Lava Jato fortalecida, apesar
das acusações. Afirmou também que é a favor do financiamento de campanha
por empresas privadas. “Sou a favor, sempre fui, já me posicionei
publicamente a favor”, disse.
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