O diabetes, que afeta mais de 13 milhões de brasileiros, está cada vez mais perto de ter um novo método de tratamento.
ENTENDA COMO CHOCOLATE PODERÁ REVOLUCIONAR O TRATAMENTO DE DIABETES
Cientistas australianos e noruegueses estão propondo uma nova abordagem para o controle do diabetes: o consumo diário de chocolate. No entanto, não se trata de qualquer chocolate.
A equipe internacional desenvolveu barras de chocolate especiais, destituídas de açúcar e infundidas com nanopartículas de insulina. A insulina com chocolate seria administrada aos pacientes via oral, em forma de cápsulas, eliminando a necessidade de injeções.
A pesquisa, publicada na revista Nature Nanotechnology, descreve como os testes envolveram vermes, ratos, camundongos e, recentemente, babuínos.
Em animais que sofrem com diabetes, além da queda na glicemia, nenhum deles apresentou eventos de hipoglicemia, ganho de peso ou acúmulo de gordura hepática, indicando superação dos desafios atuais relacionados a injeções de insulina.
A administração oral de insulina entrega o hormônio diretamente ao fígado, onde elimina o açúcar da corrente sanguínea. Isso evita que, quando injetada, a insulina se espalhe por todo o corpo, podendo ocasionar efeitos colaterais indesejados.
Mais do que isso, os cientistas desenvolveram cápsulas minúsculas de prata para conter a insulina. Este invólucro protege o hormônio da decomposição pelo ácido estomacal e pelas enzimas do sistema digestivo. Assim, a insulina consegue chegar ao local desejado, o fígado.
“Para tornar a insulina oral palatável, nós a incorporamos ao chocolate sem açúcar; essa abordagem acabou sendo bem recebida”, conta Nicholas J. Hunt, professor da instituição e principal autor do estudo.
Outro fator importante é que a cápsula protetora da insulina só é decomposta por enzimas liberadas quando os níveis de açúcar no sangue estão altos. Isso impede a liberação do hormônio caso o nível de açúcar esteja baixo, diminuindo as chances de hipoglicemia.
Contudo, há muito trabalho pela frente. A estimativa é que os testes em humanos aconteçam até 2025.
Se forem bem-sucedidos, o medicamento pode estar disponível em dois ou três anos: “Nossa equipe está muito entusiasmada para ver se podemos reproduzir em humanos os resultados de ausência de hipoglicemia observados em babuínos”, conclui Hunt.
Fonte:Catraca Livre
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