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Petrobras terá de apresentar novo modelo de contratações em até 180 dias


por Antonio Pita | Estadão Conteúdo
Petrobras terá de apresentar novo modelo de contratações em até 180 dias
Foto: Agência Brasil
O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que a Petrobras altere seus procedimentos de contratação de serviços de engenharia, apresentando mais detalhes técnicos sobre serviços contratados, formação de preços, e quantitativos de insumos, por exemplo. A decisão, tomada nessa quarta (10) pelo plenário do Tribunal, indica que era "inadiável a exigência de maiores controles e transparência" na empresa. A companhia terá até 180 dias para cumprir as determinações do órgão, válida para contratos superiores a R$ 100 milhões. A Petrobras se beneficiava de um regime especial de contratações, com menos exigências no processo licitatório, em função de um decreto estabelecido em 1998. Entretanto, o TCU avalia que a medida era inconstitucional e trava um embate na justiça. A estatal, que defende o atual modelo, tenta manter o regime especial com recursos no Supremo Tribunal Federal (STF), que ainda não julgou o tema. "Frente ao vácuo normativo, entendo necessária e inadiável a exigência de maiores controles e maior transparência nas contratações de obras e serviços de engenharia, o que perpassa necessariamente por maior detalhamento, por parte da Petrobras, dos itens a serem contratados, quantitativos, orçamentos", indica o acórdão publicado nessa quarta pelo Tribunal. A corte ainda avaliou que já tinha alertado a Petrobras "em uma miríade de ocasiões anteriores" sobre a "premência" de alterar os procedimentos "com todos os vícios evidenciados". "Ganha relevo, nesse cenário, as confissões obtidas junto à Operação Lava Jato de que a falta de detalhamento das propostas comerciais favorecia o acordo prévio entre as empreiteiras", completa o documento. A Petrobras terá 180 dias para implementar as exigências do TCU em todas as suas licitações da área de engenharia. Entre as exigências, está a formação de uma "matriz de riscos", com o objetivo de definir as responsabilidades da estatal e das empresas contratadas em caso de riscos externos ao contrato. Outra determinação é a apresentação de "memórias de cálculos de preços" e, por parte das empresas concorrentes, os critérios adotados para a definição dos orçamentos. Em nota, a Petrobras informou que aguarda ser notificada do acórdão para implantar as recomendações do tribunal de maneira "adequada".

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