Defesa diz que recorrerá da condenação 'sem provas' contra Vaccari
por Daniel Galvão | Estadão Conteúdo
Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr
A defesa do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto afirmou na noite
desta segunda-feira (21), em nota, que não há em nenhuma das 350 páginas
da sentença condenatória "sequer uma única indicação de qualquer prova"
contra ele. O comunicado, assinado pelo advogado de Vaccari Neto, o
criminalista Luiz Flávio Borges Durso, afirma que a lei estabelece que
não pode haver condenação criminal baseada exclusivamente em informações
de delação premiada. O juiz federal Sérgio Moro condenou Vaccari a 15 anos e 4 meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa. De
acordo com D'urso, a sentença "incorre nesse grave equívoco". Ele
afirma que recorrerá contra a condenação. "Reitera-se que, em verdade, o
sr. Vaccari, enquanto tesoureiro do Partido dos Trabalhadores,
cumprindo a obrigação que o cargo lhe impõe, sempre solicitou doação
para seu partido, aliás, conduta esperada de qualquer tesoureiro de
todos os partidos políticos, o que é absolutamente legal", escreveu o
advogado. D'urso disse que "jamais o sr. Vaccari - e nunca se provou o
contrário - solicitou, negociou ou recebeu qualquer recurso de origem
ilícita". O advogado declarou também que não é obrigação do tesoureiro
de qualquer partido investigar a origem do dinheiro que foi depositado
como doação na conta da legenda. Segundo D'urso, a tarefa é de
competência do Estado, por meio dos órgãos oficiais. Conforme a defesa,
"a denúncia foi baseada exclusivamente em três delações, de Alberto
Youssef, de Barusco e de Augusto Mendonça. Durante toda instrução
processual, em que pese o imenso esforço da Polícia Federal e do
Ministério Público Federal, nenhuma prova foi produzida a confirmar tais
versões, restando a absoluta ausência de provas contra o sr. Vaccari",
escreveu o criminalista.
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