PMDB calcula melhor momento para deixar governo e aderir ao impeachment
Foto: Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas
O PMDB de Michel Temer, vice-presidente da República, já calcula o
melhor momento para abandonar o barco do governo e aderir ao movimento
que pede o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Um líder do
partido ouvido pela Folha disse que o PMDB não deve "enforcar o
governo", mas deixar "a corda solta para que este mesmo o faça". Os
correligionários acredita que a deterioração do cenário econômico
aumentará a insatisfação da população com o desempenho de Dilma, que não
terá reação. E a proximidade do julgamento das contas do governo Dilma
pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em outubro, e o congresso do
PMDB, em novembro, são momentos cruciais para a ruptura da aliança. A
presidente ainda enfrenta algumas provas de fogo no Congresso, que
refletem sua capacidade de governar: a votação dos vetos que impôs a
projetos, aprovados na Câmara, que aumentam as despesas do governo; e a
discussão sobre o recurso que a oposição quer usar para deflagrar o
impeachment de Dilma, também na Câmara. O presidente da Casa, deputado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), definirá o rito que seguirá para a votação do
recurso, cujo objetivo é autorizar a criação de uma comissão especial
para analisar o pedido de impeachment apresentado pelo advogado e
fundador do PT, Hélio Bicudo.
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