Alfândega do Nepal retém ajuda humanitária para vítimas do terremoto
KATMANDU - Boa parte dos materiais de ajuda humanitária aos sobreviventes do terremoto do último sábado no Nepal está retida na alfândega do aeroporto internacional do país, em Katmandu. De acordo com testemunhas, a entrada de lonas e tendas de campanha está sendo barrada. A ONU acusou as autoridades de não apressar o controle aduaneiro. Mais de 6.800 mil pessoas morreram em decorrência do terremoto.
— Eles não deveriam usar metodologia de alfândega de tempos de paz. O material fica retido no aeroporto de Kathmandu, em vez de chegar às vítimas — acusou o representante da ONU Jamie McGoldrick.
Aviões, helicópteros e pessoal do Exército americano chegaram neste saábado para dar maior apoio. O ministro de Finanças, Ram Sharan Mahat, tinha apelado na sexta-feira pelo envio de tendas de campanha, lonas e alimentos básicos.
— Recebemos coisas como atum e maionese. De que servem essas coisas para nós? Precisamos de arroz e cereais, sal e açúcar — reclamou. São necessários no mínimo 400 mil cabanas, mas menos de 30 mil estavam em uso na sexta-feira.
No mínimo seis mil famílias identificadas ainda aguardam ajuda, muitas dormindo ao relento. Em distritos mais próximos do epicentro, como Sindhupalchok, o acesso pelas estradas está quase impossível. Helicópteros foram pedidos para outros países
Segundo o Unicef, pelo menos 15 mil crianças passam por desnutrição severa, que pode se agravar com a má distribuição de ajuda humanitária. Há ainda o risco de epidemias de cólera e diarreia, além de apelos pela retomada das aulas, mesmo com escolas destruídas.
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