Moedas de centavos de real podem valer uma nota no mercado de colecionadores
Toda moeda de cinco ou dez centavos que chega às mãos do vendedor de doces José Carlos Ferreira Barbosa Filho, de 44 anos, dono de cinco bancas no Centro do Rio, só vira troco após minuciosa inspeção. Há pouco menos de um mês, ele descobriu que as “pratinhas” de real fabricadas em 1999 e 2000 valem até R$ 5 no mercado de colecionadores.
— Ao procurar figurinhas num local que também compra e vende moedas soube disso. Hoje, nada mais passa batido por mim — contou.
Na última semana, ele deixou a lojinha, numa galeria da Rua do Ouvidor, feliz da vida, após conseguir R$ 30, em seis moedas que, juntas, somavam só 45 centavos. A lição aprendida pelo vendedor é que, quanto mais rara e em melhor estado de conservação, mais valor tem para colecionadores a cédula ou a moeda.
Autor do catálogo mais utilizado pelos comerciantes do ramo para definir parâmetros de negociação, Cláudio Amato, de 61 anos, ensina o que as torna especiais:
— É a boa e velha lei da oferta e da procura.
São consideradas raras moedas e notas fabricadas em pequenos lotes, assinadas por ministros da Fazenda e presidentes do Banco Central que ficaram pouco tempo no cargo (no caso de cédulas), as comemorativas e as defeituosas. Estas, por serem mais difíceis, são mais cobiçadas.
— Em 2012 foi feito um pequeno lote de moedas de 50 centavos sem o zero, recolhidas pelo Banco Central logo depois. As que sobraram chegaram a ser negociadas por R$ 1.500, na época. Hoje valem metade disso — diz o comerciante de moedas e cédulas Fernando Jesuíno, de 27 anos.
Entre as notas valiosas está a de R$ 100, de 1994. Isso porque só foram feitas 300 mil delas. As que não tiverem a frase “Deus seja louvado” impressa podem valer mais de R$ 3 mil, segundo Amato. Mas ele alerta:
— Têm de estar em perfeito estado. Usadas perdem valor.
A dificuldade de conservar cédulas, que não podem ser dobradas nem amassadas, levou Carlos Eduardo Menezes, de 38 anos, a optar pela coleção de moedas. Em mais de 3 mil exemplares, a mais rara é a de R$ 1, comemorativa dos 50 anos da declaração dos Direitos Humanos, de 1998. Comprada, há três anos por R$ 10, vale até R$ 100.
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