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Entrega da Fazenda Colatina para famílias assentadas pelo Incra na Bahia consolida projeto Assentamentos Sustentáveis com Agroflorestas e Biodiversidade

Parceria entre Governo do Estado da Bahia, MST, Esalq-USP e Fibria, iniciada em 2012, celebra conquista dos assentados e segue na consolidação do Centro de Formação local
 
 

 O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) entregam amanhã as escrituras da Fazenda Colatina, localizada na BR 101, Km 832, no município de Prado (BA), para as 272 famílias assentadas na área. A Fazenda Colatina possui aproximadamente 4 mil hectares e integra o projeto "Assentamentos Sustentáveis com Agroflorestas e Biodiversidade”, desenvolvido em parceria entre Governo do Estado da Bahia, Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) e a Fibria.
 
A aquisição da fazenda Colatina foi conduzida de acordo com o Decreto 433/92, com a venda da propriedade ofertada pela Fibria. O Incra foi responsável pela regularização fundiária das terras de trabalhadores rurais assentados e acampados. A área já conta com apoio de equipes especializadas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), que atuam na região desde 2011. O Incra vistoriou o imóvel pela primeira vez em maio de 2013, quando a Fazenda Colatina pertencia à Fibria.
 
O projeto de Assentamentos Sustentáveis visa dar às famílias do MST acampados na área acesso à formação técnica, educacional e organizacional para a produção de alimentos com base nos princípios agroflorestais e agroecológicos e na organização social. Com uma escola já em operação no assentamento, o projeto conta com mais de 300 pessoas formadas nos últimos dois anos em curso técnico de Agrofloresta e alfabetização de adulto. Além disso, com apoio do projeto, em 2014 os assentados conseguiram arrecadar R$ 2 milhões com a venda de produtos agrícolas.
 
O histórico processo de desenvolvimento rural brasileiro, a luta pela Reforma Agrária no Extremo Sul da Bahia e a ocupação de seis fazendas da Fibria, pelo Movimento de Trabalhadores Sem Terra (MST), desencadeou um diálogo entre a empresa e as famílias acampadas, intermediado pela Esalq/USP, com o decisivo apoio do Governo da Bahia e do Governo Federal.
 
Esse diálogo definiu a elaboração do Projeto Assentamentos Sustentáveis, voltado à organização e implantação de assentamentos que produzam alimentos tendo por base os princípios agroflorestais e agroecológicos e a construção de um Centro de Formação local no qual tanto as famílias acampadas quanto as comunidades do entorno possam ter acesso a formação profissionalizante, técnica, educacional e organizacional com base nos fundamentos da agroecologia, dos sistemas agroflorestais e da organização social.
 
O Projeto Assentamentos Sustentáveis conta com um centro de formação voltado à educação socioambiental, tendo a agroecologia, os sistemas agroflorestais e a participação como eixos estruturantes, um caminho para que os sujeitos sociais do extremo sul da Bahia contribuam para a construção de sociedades sustentáveis.

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