Opinião: Marta Suplicy abandona o PT
por Samuel Celestino
Foto: Agência Brasil
Há alguns meses esperava-se a saída da senadora Marta Suplicy do PT, onde ela não tinha mais ambiente após um desentendimento com a presidente Dilma Rousseff nos estertores do seu último governo. A senadora, que se filiou ao Partido dos Trabalhadores há 33 anos, estava descontente com os rumos que o partido e de onde se entendia deslocada. Somou-se a tal descontentamento à situação atual da legenda envolvida em rumores sobre corrupção e tudo o mais que é do conhecimento de quem acompanha a cambaleante política brasileira. Marta, em 2010, teve nada menos de 10 milhões de votos o que dela faz, ou fazia um quadro importantíssimo para o PT, principalmente em São Paulo, onde ela já foi prefeita da capital. Sentia-se relegada a plano inferior por Dilma Rousseff. Nos últimos meses, Marta Suplicy se afastou completamente do partido, distanciando-se. Segundo a coluna Painel da Folha de S.Paulo, na carta que justifica a sua saída da legenda ela acentua: “No meu sentir, e de toda a nação, os princípios e o programa do PT nunca foram tão renegados pela própria agremiação, de forma reiterada e persistente”. Com isso, ela evita que a legenda mais adiante venha reivindicar o seu mandato. Quem se afastou dos programas partidários foi a legenda, e não ela que, na carta, em momento algum salienta a queda da agremiação em consequência da corrupção em que mergulhou e que o levou a perder filiados históricos, além eleitores que antes nele votavam. De certo modo, a legenda se não está em decadência, hoje fica muito distante do partido que foi cercado de esperança na expectativa de ser o anunciador de novos tempos promissores para o Brasil. Ocorre justamente o contrário. O país vive uma crise resultante da má gestão. A carta da senadora Suplicy será entregue ao PT provavelmente na tarde desta terça-feira (28), em quatro páginas, onde ela afirma que, em primeiro, deve fidelidade aos eleitores. Esta entrega ocorrerá concomitantemente aos diretórios municipal e estadual (de São Paulo), ao diretório nacional e à Justiça Eleitoral. Em momento algum das páginas por ela escritas cita Lula ou Dilma. Passa ao largo como se já não existissem, pelo menos para ela. Sai da legenda decepcionada, possivelmente abatida com o que ocorre no Partido dos Trabalhadores. Ingressará no PSB.
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