Baiano, dono da Unipar é convocado na CPI da Lava Jato; conheça história

Paulo Roberto Costa (E) e Frank Geyer (C) | Foto: Alexandre Gaspari

Cria de uma família tradicional do Rio de Janeiro, mas nascido na Bahia, Frank Geyer Abubakir é um dos nomes que deve ir ao Congresso Nacional prestar esclarecimentos sobre sua participação, ou não, no petrolão. O requerimento que convoca Abubakir foi aprovado na quinta-feira passada (11) na mesma leva que convida o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, quebra o sigilo bancário da empresa de José Dirceu e convoca o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto. Filho de Maria Cecília Geyer - uma das mais importantes colecionadoras de arte do país -, Frank brigou na justiça com o irmão, Alberto Geyer Abubakir, para obter o controle da Unipar – importante empresa petroquímica que pode ter colocado Geyer no olho do furacão. Entre 2008 e 2010, o ex-ministro de Lula e sempre influente no governo Dilma, Antônio Palocci, recebeu R$ 2 milhões de reais da Unipar e da Carbocloro, empresas do ramo petroquímico que hoje formam uma só empresa e que, àquela altura, tinham interesses importantes na Petrobras.

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Em depoimento prestado à Justiça, o doleiro Alberto Youssef revelou que a Unipar pagou 18 milhões de reais em propina ao esquema de corrupção que operava na estatal em troca de vantagens. Um e-mail ao qual a Veja teve acesso mostra que, em 2007, a petroquímica encontrava dificuldades em levar seus negócios à frente - e pedia ajuda à então ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff, que também acumulava o cargo de presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Além do e-mail suspeito, Frank é investigado pela venda da Quattor para a Petrobras e Odebrecht. A junção, segundo as investigações, foi feita com valores muito abaixo do praticado no mercado à época e, por isso, suspeita-se que “caixa 2” tenha sido repassado por fora da transação. A operação custou R$ 870 milhões e criou a maior petroquímica das américas. Só para se ter ideia, a Quattor tinha, em 2010, receita líquida de R$ 7,4 bilhões, mais de 1.700 funcionários, 11 instalações industriais e 13 linhas de produção em São Paulo, Rio de Janeiro e na Bahia. Apesar da fortuna a perder de vista da família Geyer, o grupo está envolvido em mais de um par de discussões sobre a herança de Maria Cecília e Paulo Geyer. Ano passado, quadros e móveis do acervo do casal que deveriam ser doados ao Museu Imperial, em Petrópolis, após as suas mortes, sumiram. De acordo com a Veja, os suspeitos do sumiço pertencem à família Geyer.