Luisa Marilac posta foto com hematomas em protesto aos crimes cometidos contra trans
'Estamos sendo exterminadas', disse a travesti. Foto: Reprodução/Insta
Após postar, na última segunda-feira (22), uma foto com o rosto marcado por diversos hematomas em seu perfil no Instagram, a travesti Luisa Marilac voltou à rede social para explicar a situação e tranquilizar os seguidores. Ela disse que a iniciativa era uma espécie de protesto às violências cometidas contra pessoas transexuais. A explicação veio acompanhada de uma lista com 70 nomes de transgêneros que foram agredidos e o tipo de violência que sofreram, desde agressão física até assassinato, e um vídeo publicado no Facebook. "Meu nome é Luisa Marilac, sou travesti e fui vítima da transfobia, a transfobia existe, a transfobia mata. [...] Nós somos a minoria, precisamos da ajuda de vocês que são a maioria para cobrar. Estamos sendo exterminadas como animais, como bicho. Matam fazem o que querem e ninguém faz nada", diz a travesti no vídeo. Ela ainda fala sobre sua história e como fazer para dar visibilidade à comunidade trans. "A mulher trans tá sofrendo pão que o diabo almoçou, o jeito que ficou minha cara ali (na foto) muitas mulheres já ficaram. Eu levei sete facadas, perdi um pulmão e minha cara ficou pior que aquilo ali. Mas eu sobrevivi pra contar aqui", conta. Horas depois, a travesti se manifestou mais uma vez nas redes sociais, rebatendo às criticas que recebeu pela ação. "Não preciso me fazer de vítima, até porque sou forte o suficiente para levantar das quedas da vida. Mas sabe quando você tem a impressão que você está sendo boicotada. Facebook diminuiu as minha postagens (porque não pago para eles). Devido ao fato de ter feito o vídeo e a foto perde dois contratos de trabalho. Não me interessa esses contratos!!! Tem 3 dias que estou meia abalada. Às vezes tenho vontade de pegar minhas coisas i sair loca para europa e não voltar nunca mais para o Brasil (sic)", desabafou. Segundo dados do último relatório da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) sobre violência homofóbica no Brasil, mais da metade dos crimes de homofobia são contra transgêneros. Com 51,68% do total, os travestis são as grandes vítimas, seguidas por gays (36,79%), lésbicas (9,78%), heterossexuais e bissexuais (1,17% e 0,39% respectivamente).
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