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Odebrecht, Duque e Vaccari devem prestar depoimento nesta sexta-feira em Curitiba



Thaís Skodowski, 

CURITIBA. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque serão ouvidos pelo juiz Sergio Moro, da 13 ª Vara Federal de Curitiba na tarde desta sexta-feira. Os dois serão interrogados em dois processos derivados da 10ª fase da Operação Lava-Jato, que investiga desvio e lavagem de dinheiro da Petrobras. Mário Góes, apontado como um dos operadores do esquema, também será ouvido em um dos processos. Na Polícia Federal, deve ainda ser ouvido nesta sexta-feira o empreiteiro Marcelo Odebrecht, que está preso há quase um mês. O empreiteiro seria ouvido na quinta-feira, pela primeira vez desde que foi preso, mas sua advogada não pode acompanhá-lo no depoimento.
Durante esta semana, 12 réus da ação prestaram depoimento na Justiça Federal, entre eles o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, o doleiro Youssef, o delator Julio Camargo e o ex-gerente de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco. Na quinta-feira, Juio Camargo afirmou à Justiça Federal que foi pressionado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a pagar US$ 10 milhões em propinas referentes a dois contratos de US$ 1,2 bilhão de navios-sonda, assinados pela Petrobras entre 2006 e 2007. Camargo prestou depoimento, gravado em vídeo, em oitiva no âmbito da Operação Lava-Jato. Segundo o delator, Cunha pediu US$ 5 milhões pessoalmente a ele.
Na terça-feira, Barusco disse ao juiz Sérgio Moro que Vaccari Neto era responsável por centralizar o dinheiro de propina recebido pelo Partido dos Trabalhadores. Já Renato Duque foi citado na delação de Julio Camargo como o responsável por chefiar o esquema de desvios de dinheiro da área de Serviços da Petrobras, em que era diretor.
Com o depoimento dos três réus, os dois processos chegam à fase final e aguardam a apresentação da argumentação do Ministério Público Federal (MPF) e das defesas. Em seguida, o juiz Sergio Moro deve definir a sentença para cada réu.
MARCELO ODEBRECHT
Marcelo Bahia Odebrecht deve ser ouvido pela primeira vez desde que foi preso nesta sexta-feira. O empresário foi preso no dia 19 de junho, na 14ª fase da Operação Lava-Jato. De acordo com a Polícia Federal, Odebrecht será ouvido em dois inquéritos: sobre a formação de cartel e fraude nas licitações da Petrobras e sobre um bilhete entregue a seus advogados em que estava escrito "destruir e-mails sondas".
O depoimento do bilhete estava marcado para quinta-feira, mas foi cancelado, após a advogada do empresário, Dora Cavalcanti, ter sido informada que também será ouvida no inquérito, já que foi uma das destinatárias do bilhete. O cancelamento do depoimento desagradou a advogada.
— Para mim, o que fica claro, o que está evidente hoje é que não é mais uma questão relacionada ao meu cliente, não tem nada a ver com Marcelo Odebrecht. Nós estamos tratando aqui sim com uma questão de procedimento, com uma questão de paridade de armas, né? De normalidade processual e portanto, o sigilo de correspondência cliente/advogado, do cliente preso ser entrevistado pessoalmente com seus defensores, tem que ser resguardado — disse a advogada ao sair da Superintendência da Polícia Federal.
Já a PF informou que outro advogado da construtura que estava com Dora Cavalcanti poderia ter acompanhado o depoimento, mas que os dois negaram a proposta. Portanto, foi dado um novo prazo para que a defesa indicasse um outro advogado.
— A doutora Dora esteve aqui para acompanhar o Marcelo Odebrecht, mas em razão ao documento apresentado ontem (quarta-feira) pela OAB, no qual colocou o nome dela como uma das recebedoras do bilhete que pode ser entendido como ordem para destruir provas, ela também tem que ser ouvida. Logo foi solicitado que o advogado que acompanhava ela nesse ato de hoje, acompanhasse o Marcelo Odebrecht no interrogatório dele. Mas como ela e outro advogado se negaram a acompanhar, foi dada outra oportunidade para a defesa — disse o delegado Luciano Flores de Lima.
Ainda segundo Lima, a delegada responsável pelo inquérito deve decidir se Dora Cavalcanti será ouvida como testemunha ou investigada.




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