Operação Melaço: PF cumpre 31 mandados em 7 municípios baianos por fraude no Sinebahia
Foto: Divulgação
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (23)
a Operação Melaço, para desarticular uma quadrilha que atuava fraudando
vínculos empregatícios para obter seguro-desemprego e previdenciários.
São cumpridos 31 mandados expedidos pela Justiça Federal, sendo 13 de
prisão preventiva e 18 de busca e apreensão nos municípios baianos de
Ipiaú, Ibirataia, Valença, Prado, Porto Seguro, Itamarajú e Santa Cruz
Cabrália. Participam da operação cerca de 100 policiais federais, além
de servidores da Previdência Social e do Ministério do Trabalho, com
apoio do Ministério Público Federal e da Polícia Militar. De acordo com a
investigação, a organização tinha a participação de técnicos em
contabilidade, aliciadores e atendentes do SineBahia, atuando de forma
coordenada há mais de 10 anos. Foram identificados, com os dados
preliminares, o pagamento com suspeita de fraude de mais R$ 17 milhões
em pagamentos de seguro-desemprego e de R$ 1 milhão em benefícios
previdenciários. Calcula-se o prejuízo evitado para o Programa
Seguro-Desemprego é de aproximadamente R$ 5,5 milhões e de R$ 2 milhões
para a Previdência, podendo ultrapassar dezenas de milhões de reais,
referente aos milhares de vínculos fictícios identificados que poderiam
ser utilizados, futuramente, para a obtenção dos benefícios
fraudulentos. Os aliciadores recrutavam pessoas dispostas a ceder seus
documentos, como carteira de trabalho e cartão cidadão. Os técnicos em
contabilidade inseriam contratos de trabalho retroativos (geralmente ao
período de um ano) nas carteiras de trabalho e no Cadastro Nacional de
Informações Sociais (CNIS) em empresas geralmente inativas ou
constituídas em nome de "laranjas". Depois, eram forjadas rescisões dos
falsos vínculos de trabalho e requeridos os benefícios de
seguro-desemprego e previdenciários. O grupo fazia apenas o recolhimento
do FGTS, que era sacado na sequência, por rescisão sem justa causa. De
acordo com a apuração, foram inseridos mais de seis mil vínculos
empregatícios falsos em pelo menos 236 empresas utilizadas nas fraudes.
Em praticamente todos os casos houve requerimento de seguro-desemprego,
que eram dirigidos, em sua grande maioria, nas agências do SINE de
Ipiaú, Itamarajú, Santa Cruz Cabrália, Prado e Valença, o que indica a
participação dos agentes públicos no esquema. O nome da operação é um
trocadilho com Melado, apelido do principal investigado. Além disso, ao
longo das investigações, a polícia observou que, como um doce, as
fraudes atraíram inúmeras pessoas, as quais eram usadas como “laranjas”
pela organização criminosa. Os alvos da ação desta quarta responderão
pelos crimes de organização criminosa, estelionato, inserção de dados
falsos nos sistemas da administração pública e estelionato
previdenciário. Mais detalhes serão apresentados em coletiva de imprensa
às 10h, na sede do MPF em Ilhéus.
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