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Anne Frank morreu antes do que se pensava


O Globo

RIO – Anne Frank, a jovem judia holandesa que ficou famosa pelo diário escrito enquanto se escondia da perseguição nazista, publicado postumamente, provavelmente morreu antes do que se pensava, disseram esta semana pesquisadores da Casa de Anne Frank, museu em Amsterdã instalado no prédio onde seu pai, Otto, trabalhava e ela e sua família teriam passado dois anos escondidos em um anexo secreto até serem capturados. De acordo com documentos analisados pelos pesquisadores, Anne e sua irmã, Margot Frank, teriam falecido de tifo no campo de concentração de Bergen-Belsen, na Alemanha, ainda em fevereiro de 1945, pelo menos um mês antes da data oficial de sua morte determinada pelas autoridades holandesas na época, 31 de março de 1945, que acaba de completar 70 anos.
Segundo comunicado emitido pela Casa de Anne Frank, testemunhas lembram terem visto a jovem, então com 15 anos, e sua irmã em Bergen-Belsen, mas novas análises das histórias dos sobreviventes não encontraram nenhuma citação sobre as duas depois de 7 de fevereiro de 1945. Colega de escola de Anne e também prisioneira no campo de concentração, Nanette Blitz lembrou ter reencontrado a amiga em dezembro de 1944 já em péssimas condições.
“Ela não era mais que um esqueleto então. Ela estava envolvida por um cobertor e já não suportava vestir suas roupas porque elas estavam cheias de piolhos”, relatou Blitz.
Várias testemunhas contaram que Anne e Margot já apresentavam sintomas de tifo antes de 7 de fevereiro de 1945. A doença, transmitida por piolhos, normalmente leva à morte em 12 dias, mas dado o estado enfraquecido de Anne, é improvável que ela ou a irmã tenham sobrevivido até o fim de março, concluíram os pesquisadores da Casa de Anne Frank.
A morte de Anne e da irmã é apenas uma das muitas tragédias do Holocausto, política genocida nazista que ceifou a vida de milhões de judeus, ciganos e homossexuais, principalmente, durante a Segunda Guerra Mundial. Segundo levantamento da Casa de Anne Frank, só no campo de Bergen-Belsen o tifo e a fome matavam cerca de mil pessoas diariamente até a libertação do local por tropas britânicas em 15 de abril de 1945.



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