Mãe escreve carta para falar sobre a criação do filho transgênero de 5 anos; fotos
Uma blogueira israelense naturalizada americana, moradora de Boston, nos Estados Unidos, publicou uma carta compartilhando a história de seu filho transgênero, de apenas 5 anos. Mãe de três meninas, Mimi Lemay se surpreendeu ao descobrir que uma delas, Mia, possuía uma identidade sexual diferente e, após uma série de mudanças, principalmente no visual. Hoje, a criança se chama Jacob e é tratada como um menino. No documento, divulgado pelo jornal Boston Globe, no início dessa semana, em um depoimento íntimo, a mulher detalha os desafios de lidar com a sexualidade do filho.
Lemay conta que foi aos 3 anos que Jacob começou a querer usar apenas roupas masculinas e se declarou, pela primeira vez, como menino. Inicialmente, a mãe achou que o comportamento do garoto fosse apenas para chamar atenção, mas quando ele começou a se isolar e ficar irritadiço, ela percebeu que o filho passava por algo maior.
“Foi uma experiência dolorosa para mim e eu quis trazê-la a público porque eu acredito que tem muitos pais com medo de permitir a transição de seus filhos, porque eles têm medo de serem vistos como pais ruins”, conta Lemay na carta. “Eu vi que meu menino estava perdido. Eu percebi que ele vivia duas vidas, uma em casa, outra na escola. Ele não estava completo”, lembra ela.
Após levar o menino a consultas com médicos e psicólogos e também falar com membros da comunidade LGBT, ela e o marido descobriram que era importante para o bem estar de Jacob deixá-lo escolher sua orientação sexual. Depois de permitir o filho se comportar como menino, ela notou a diferença no comportamento dele: “Ele começou a sorrir abertamente, a olhar os outros nos olhos. Todo aquele comportamento antissocial que ele tinha sumiu em apenas duas semanas após ele começar sua transição”.
Atualmente, ela acredita que contar a história do filho transgênero é importante para ajudar outros pais que passam pelo mesmo desafio. “Percebendo a felicidade dele e como ele se sente completo, me faz ver que isso (a transição) não é uma maldição. Eu acredito que a conscientização vai fazer as pessoas aprenderem mais e verem que crianças transgêneros estão sendo tratadas de forma brutal por nossa sociedade e isso precisa mudar”, ela conta.
Lemay vai além ao afirmar em sua carta que sua experiência com o filho a fez aprender muito: “Jacob, meu amor, foi você que transformou nossas vidas para uma menos ordinária e muito mais significativa. Obrigado profundamente por sua confiança. Não sei o que está por vir, mas eu não tenho mais medo”, diz.
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