Entenda o que é doença de Lyme, que atingiu a cantora Avril Lavigne
Emocionada, a cantora canadense Avril Lavigne, de 30 anos, não segurou as lágrimas ao falar sobre a batalha que trava contra a doença de Lyme, durante participação no programa “Good Morning America”, transmitido pela rede de televisão americana ABC na manhã desta segunda-feira. Grave, mas curável, o problema é causado por uma bactéria e transmitido pela picada do carrapato-estrela, o mesmo que veicula a febre maculosa.
Os sintomas, que podem durar semanas ou meses, são febre, dores de cabeça, manchas vermelhas pelo corpo, dores musculares e articulares e mal-estar geral. Avril revelou sofrer da doença de Lyme em abril, em entrevista à revista “People”, mas contraiu a infecção durante uma turnê no ano passado. Nesta segunda-feira, a artista disse que está tomando vários antibióticos e segue em recuperação em casa, em Ontario, no Canadá.
Se não tratada, a doença de Lyme pode comprometer o sistema nervoso e levar a meningite, encefalite, lesões no nervo óptico e problemas de equilíbrio. Também podem ocorrer complicações cardíacas como arritmias e miocardite, além de acometimento crônico das articulações.
Cuidado com turismo ecológico
Como o carrapato-estrela não é urbano, moradores ou visitantes de áreas rurais e pessoas que fazem turismo ecológico são as mais vulneráveis ao contágio da doença de Lyme. Para transmiti-la, o animal precisa ficar aderido à pele por tempo prolongado — alguns estudos dizem, pelo menos, 24 horas.
O período de incubação da bactéria Borrelia burgdorferi é de até 30 dias, mas o mais comum é de uma a duas semanas. O diagnóstico da doença de Lyme é clínico e o tratamento, feito com antibiótico, geralmente dura de 14 a 21 dias.
Rara no Brasil
A doença de Lyme é rara no Brasil, onde foi diagnosticada pela primeira vez em 1992. Casos foram registrados no Rio, em São Paulo, em Santa Catarina e no Rio Grande do Norte. Segundo o infectologista Marcus Cardoso, do Hospital Norte D’Or, o carrapato-estrela é encontrado na região de Itaipava, em Petrópolis. Por isso, quem mora no local ou viaja até lá necessita de atenção.
De acordo com a infectologista Andréia Maruzo Perejão, do Hospital e Maternidade São Cristóvão, pessoas em áreas de risco devem se proteger com roupas, de preferência de cores claras, para facilitar a visualização do animal caso ele caia sobre o corpo:
— O ideal é evitar shorts e camisetas. Além disso, é preciso usar repelentes com DEET na fórmula, que repele carrapato. Se houver picada, ele deve ser retirado com pinça para evitar contaminação.
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