Autoridades baianas cobram punição a PMs que espancaram jornalista do Bocão
A agressão sofrida pelo editor de Política do site Bocão News, o jornalista Marivaldo Filho, na noite do último sábado (4), no Bonfim, em Salvador, gerou revolta e indignação nas redes sociais após o caso se tornar público, o que levou diversas autoridades na Bahia a se solidarizarem com o profissional de imprensa e cobrar apuração e punição aos PMs, lotados na 17ª Companhia Independente (CIPM), envolvidos na ação. Marivaldo Filho foi preso e espancado após registrar a ação dos políciais durante o atendimento de uma ocorrência em uma festa no Bonfim. O jornalista se recusou a apagar as fotos feitas em seu celular e o preço que pagou foram oito pontos na cabeça e diversos ematomas pelo corpo. Além das agressões, os policiais, antes de levá-lo para receber atendimento médico na UPA de Roma,
Confira as autoridades que se manifestaram sobre o caso de agressão contra o profissional de imprensa.
Rui Costa (PT), governador da Bahia.
“A Polícia Militar deve agir dentro dos parâmetros da legalidade. O meu governo atuará sempre para assegurar que a democracia seja vivida de forma plena, garantindo a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão, o direito de o jornalista exercer sua profissão mediante qualquer situação. Reitero que os policiais militares da Bahia têm o dever de garantir a segurança da população e a paz nas ruas, conforme os preceitos legais".
Lídice da Mata (PSB), senadora da República.
"É lamentável o que ocorreu com o jornalista Marivaldo Filho. É condenável em todos os aspectos o caráter truculento e violento desses policiais que não representam o verdadeiro espírito da corporação. Cabe ao governo investigar e punir os responsáveis por essa desastrosa operação".
Marcelo Nilo (PDT), presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).
"A PM tem de apurar e punir os agressores do repórter e editor do Bocão News, Marivaldo Filho.
Luiz Viana, presidente da OAB na Bahia
“É lamentável o despreparo de alguns policiais baianos. A polícia existe para proteger e não para ferir cidadãos de bem. É preciso apurar o fato e punir todo aquele que tenha quebrado o Código de Disciplina Policial Militar”.
Marjorie Moura, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Bahia (Sinjorba).
“Parece que eles têm algo a esconder. Não é de hoje que a gente vem tentando manter o diálogo [com a Polícia Militar] para que essas situações lamentáveis deixem de acontecer. A gente representa a voz da sociedade”.
Walter Pinheiro, presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI).
"Repudio fortemente as agressões sofridas pelo editor Marivaldo Filho, com ele me solidarizando, e também com os demais companheiros do site. A ABI atuará junto às autoridades estaduais para que este atentado à liberdade de expressão não fique impune".
Helio Mendes Pimentel, presidente da Fundação Instituto de Direitos Humanos (IDH).
"Polícia Militar da Bahia (não é isso que queremos!). Que o comandante geral da Polícia Militar adote as devidas providências para apurar o fato e punir os responsáveis”.
Malu Fontes, professora da Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
"Vamos passar a vida inteira assistindo alguns policiais agirem assim? Por que e para que essa truculência? Não há nada mais absurdo do que o cidadão correto ter medo da Polícia, mas tem. Medo deve se ter de bandido. Quando os cidadãos que não cometeram crime algum sentem medo da Polícia é porque há algo muito errado. E não é com o cidadão".
Deputado Marcelino Galo (PT), presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Alba.
“Repudio ações truculentas como esta que mancham a imagem da corporação que tem o dever de proteger e não espancar, violentar o cidadão. Já tomei conhecimento que o caso está sendo apurado e espero que os responsáveis sejam identificados e rigorosamente punidos”.
Deputado estadual Sandro Régis (DEM), líder da Oposição na Alba.
"É lamentável e inadmissível que um profissional, no exercício de sua função, seja tratado dessa forma. Esperamos mais do que nunca que a Polícia Militar dê uma resposta sobre esse episódio que pode, Inclusive, interferir e trazer consequências negativas para a própria corporação".
Rosemberg Pinto, deputado estadual e líder do PT na Alba.
“Toda solidariedade ao jornalista Marivaldo no episódio em q foi agredido no último sábado. O governador já mandou apurar o caso”.
Paulo Câmara (PSDB), vereador e presidente da Câmara Municipal de Salvador.
“Uma apuração rigorosa do fato para que situações como estas não voltem a acontecer, causando sensação de insegurança entre os cidadãos por parte da própria Polícia Militar. Esses policiais não representam a corporação, na qual eu acredito e confio".
Luís Carlos Suíca (PT), vereador e líder da Oposição na Câmara Municipal de Salvador.
“Estamos todos consternados e ofendidos, primeiro porque conheço o trabalho de Marivaldo há muito tempo e sei de sua dedicação e, segundo, por ele ser negro e um promissor comunicólogo. Estamos vivendo um momento onde o ódio é disseminado de forma covarde e rasteira via racismo, homofobia, mentiras e o terror imperado nas ruas ganha força daqueles que deveriam ser o olho do Estado, que deveriam nos proteger.
José Carlos Aleluia, deputado federal e presidente do DEM na Bahia.
"A violência sofrida pelo jornalista Marivaldo Filho precisa ser apurada imediatamente para que a falha de alguns não macule a imagem de nossa Polícia Militar. Os nossos policiais são preparados para combater o crime com coragem e bravura, e não para agredir cidadãos de forma tão violenta. É preciso separar o joio do trigo”.
Heraldo Rocha, presidente do DEM em Salvador.
“Este caso é o retrato da impunidade. Esses policiais não representam nossa gloriosa Polícia Militar. Sugiro que o governador assuma a apuração deste caso, como também a Segurança Pública do nosso estado”.
Leur Lomanto Jr. (PMDB), deputado estadual.
“Que este caso seja apurado pelas autoridades e haja punição aos responsáveis”.
Benito Gama (PTB), deputado federal.
"Marivaldo Filho, além de competente profissional mostrou-se corajoso em não se omitir tomando todas as atitudes cabíveis. Espero que o Governo e a Secretaria de Segurança Pública do Estado façam o mesmo e apure rigorosamente os acontecimentos noticiados. Não podemos permitir que aqueles que têm o dever de garantir a segurança da população tenham este tipo de comportamento. Destaque negativo dentro de uma minoria, que no exercício de seu trabalho age de forma ilícita”.
Alex de Piatã (PMDB), deputado estadual.
"Não podemos deixar um assunto desse passar em branco. Em pleno século 21, não podemos cercear o direito de um jornalista fazer o seu trabalho e, muito menos, inocentemente, ser agredido da forma como Marivaldo Filho foi. Me solidarizo a ele, a equipe e sua família. Me solidarizo também a toda equipe do Bocão News".
Fabíola Mansur (PSB), deputada estadual.
"Os direitos humano e a liberdade de imprensa devem ser respeitados. Espero que os fatos sejam apurados e tomadas as devidas providências".
Jorge Solla (PT), deputado federal.
"Além da grave afronta aos direitos humanos, numa ação injustificada, truculenta e autoritária, os policiais agrediram um jornalista que registrava a ação destes mesmos policiais contra um cidadão. Foi também uma afronta à liberdade de imprensa que não podemos aceitar numa democracia. A pancada que Marivaldo tomou na cabeça poderia ter lhe custado a vida".
Marcell Moraes (PV), deputado estadual.
“Precisamos abrir na Assembleia um inquérito para ouvir esse caso e vou me posicionar contra esse absurdo em sessão ordinária. Polícia é para ladrão e não para bater no cidadão de bem. Como deputado, fico indignado como essas atitudes de alguns policiais, mês passado um assassino vestido de policial, matou um animal com tiros, e agora esse caso”.
Luciano Araújo, presidente do Solidariedade na Bahia
“Esperamos que tal ocorrência seja investigada e que de forma veemente uma resposta seja dada a sociedade para que todos definitivamente vejam que tristes acontecimentos como esses não podem ficar impunes. Além de exercer cidadania, o jornalista foi tocado pela sensibilidade jornalística para fazer prevalecer o seu juramento de denunciar desmandos e injustiças, quando infelizmente foi surpreendido pela ação truculenta de alguns policiais que não representam o trabalho sério da maioria da Polícia”.
Alan Sanches (PSD), deputado estadual.
“Tenho certeza que o policial militar responsável por essa agressão é uma exceção na instituição da PM, mas esse fato deverá ser apurado com rigor e os culpados punidos. Nada justifica essa violência”.
J. Carlos Filho, vereador de Salvador.
"A Polícia Militar precisa apurar o caso e emitir uma resposta imediata para a população. A instituição deve ser sinônimo de segurança e não de terror. É preciso ter mais preparo na abordagem dos policiais. Me solidarizo e me coloco a disposição de Marivaldo Filho, bem como, com toda imprensa que deve ter sua liberdade respeitada".
Arnando Lessa, vereador de Salvador.
"Não podemos permitir que policiais cometam atos ilegais e saiam impunes. A Polícia tem que estar a serviço do cidadão, com a tarefa de protege-lo. Também não podemos admitir que a população seja censurada como ocorreu com o jornalista. Este foi um ato covarde, que com certeza será investigado com a importância que lhe é devida. Não podemos deixar passar em branco esse tipo de acontecimento".
Pablo Barrozo, deputado estadual.
Todos estão lembrados da chacina do Cabula. Agora, pouco tempo depois, a PM espanca covardemente um jornalista. A PM existe para proteger o cidadão e não para ser corporativista. O comando da PM tem a obrigação de esclarecer o brutal espancamento sofrido pelo jornalista Marivaldo Filho.
Augusto Vasconcelos, presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia
"Não podemos aceitar que a atividade policial se paute por uma atitude agressiva contra os cidadãos em desrespeito ao Estado Democrático de Direito. Relatos de violação aos direitos das pessoas, especialmente a população negra e pobre já se tornaram cotidianos apesar de muitos não serem de conhecimento público. Homens e mulheres de bem em sua maioria, e por isso mesmo, posturas que desvirtuem dessa natureza devem ser denunciadas para que os infratores sejam punidos".
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