Corpo de jovem morta em motel foi escondido em sofá erótico; namorado suspeito está preso
Preso suspeito de matar a namorada, a jovem Juliana dos Santos Andrade, de 23 anos, José Ailton da Silva, de 36, contou aos policiais da Divisão de Homicídios
(DH) detalhes do crime, ocorrido no dia 31 de janeiro. A garota foi
atraída pelo acusado para um motel na Avenida Brasil, na altura de
Bangu, na Zona Oeste do Rio, e morreu enquanto dormia, asfixiada com um
cardaço que José levava no bolso. O corpo foi escondido dentro de um
sofá erótico e acabou sendo encontrado por funcionários no dia seguinte.
-
Ele esperou ela dormir e pegou o cadarço, que ele alegou ter encontrado
na rua, e apertou até matá-la. Em seguida, a colocou dentro desse sofá,
que tem madeiras na lateral mas é oco por dentro. Quando uma
funcionária foi limpar o quarto, achou estranho o sofá estar tão pesado e
pediu a ajuda de colegas. E aí o corpo foi encontrado - disse o
delegado Fábio Cardoso, titular da DH.
Segundo
ele, como Juliana estava sem documentos, o corpo foi levado para o
Instituto Médico-Legal (IML) como sendo de uma mulher desconhecida. Os
agentes da DH começaram a investigação e logo descobriram que se tratava
se Juliana - a família a reconheceu no dia 10 de fevereiro. Graças a
depoimentos, os policiais chegaram a José Ailton. Com medo de que ele
fugisse se soubesse que estava sendo procurado, os agentes combinaram
com a família de Juliana de atrair o suspeito até o velório, realizado
no último sábado, dia 13 de fevereiro, no Cemitério de Santa Cruz,
naquele bairro da Zona Oeste.
- Os policiais ficaram infiltrados.
Esse sujeito demonstrou ser muito cara de pau. Abraçou e beijou os
parentes. É um cínico, desleal, frio. Falso anjo que na verdade é o
capeta - disse Fábio Cardoso.
Enquanto
recebia as condolências de José Ailton, a mãe de Juliana, Gracimar
Santos de Andrade, de 46 anos, se descontrolou e acabou gritando com o
suspeito: “Ele matou minha filha”. Foi quando os policiais se
aproximaram do acusado e o prenderam.
Na DH, José confessou o
crime. De acordo com o delegado Fábio, a motivação do crime foi o fato
de José não aceitar a vontade que Juliana tinha de terminar o
relacionamento com ele. Os dois passaram os últimos meses entre idas e
vindas - as brigas eram ocasionadas pelo ciúme excessivo dele..
Sem dinheiro para pagar quarto
Depois
de matar Juliana a sangue frio e esconder o corpo, José ainda foi
conversar com o gerente do motel para pedir um desconto: ele não tinha
dinheiro suficiente para pagar a despesa.
- A conta deu cento e
poucos reais. Mas ele só tinha 85. Sem saber do que acontecera, claro, o
gerente acabou dando o desconto que ele pediu - contou Fábio Cardoso.
‘Sangue frio’
Em
entrevista ao EXTRA, a mãe de Juliana lembrou o momento da prisão de
Ailton - a quem foi apresentada há seis meses pela filha.
- Esse
rapaz teve o sangue frio de conviver com a gente e aparecer no enterro. A
polícia fez um ótimo trabalho e instruiu que ele fosse chamado para o
velório. Não contamos detalhes. Apenas que o corpo tinha sido
localizado. Ele ainda queria fazer camisas com a foto dela para a gente
usar no enterro, mas não teve tempo, porque foi avisado na véspera.
Colocou até que estava de luto, no Facebook. — relatou Gracimar.
Ela também lembrou o comportamento do suspeito:
-
Ao chegar no velório, teve coragem de dar um beijo na minha filha mais
nova. O rapaz ia abraçar meu marido também, mas ele (o pai da vítima)
começou a passar mal e eu gritei "ele matou minha filha". Os policiais
que estavam lá o prenderam na hora. A justiça foi feita.
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