Opinião: O País em chamas
por Samuel Celestino
Foto: Montagem/ Bahia Notícias
O marqueteiro João Santana, o “Patinhas” como na Bahia era
conhecido na época em que era jornalista, foi embarcado pela Polícia
Feral para Curitiba. A partir da decretação da sua prisão pela 23ª
operação da Lava Jato, como era de se esperar, deflagrou-se um alvoroço
no segmento político de tal maneira que o Palácio do Planalto preferiu o
silêncio a partir da presidente Dilma Rousseff. O ministro-chefe da
Casa Civil, Jaques Wagner, fez um curto pronunciamento e ficou por aí.
Dilma sabe que a sua situação, que já não era boa, tomou conotações
fortes que podem levá-la não ao impeachment (por ora), mas à
possibilidade de cassação do seu mandato e do vice Michel Temer, a
partir do Tribunal Superior Eleitoral. É isso o que a oposição (o PSDB
prioritariamente) pretende provocar, com base nos documentos obtidos
pela Lava Jato que estão nas mãos do juiz Sérgio Moro, com informações
sobre US$ 7,5 milhões pagos supostamente ao marqueteiro, que continua a
negar o recebimento, colocando à frente o dinheiro no exterior pago por
diversas campanhas que realizou. A Odebrecht está fortemente impactada. O
setor político, convulsionado, espera para saber o que o juiz Moro tem
nas mãos. Isto atinge não somente o PT, a Lula (também em silêncio), mas
ainda a uma parte do Congresso que poderá ser atingido. A crise
política se acentuou, mas, em compensação, a Bolsa de Valores reagiu
positivamente na segunda-feira. A reação da bolsa tem a ver com a
presidente Dilma que é muito mal vista pelo segmento empresarial. Na
manhã desta terça-feira (23), o movimento no Congresso está a fervilhar
na expectativa dos acontecimentos esperados. Esta 23ª operação tocou a
fundo o que lá acontece, enquanto Dilma fica mais isolada do que nunca.
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