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Gay assumido, atleta do salto Ian Matos diz que preconceito é menor com as mulheres: 'Ficamos intimidados'

Ian Matos é natural do Pará Foto: Reprodução/ Instagram

Um dia antes da abertura da Olimpíada, um grupo de jogadoras de vôlei, que não estavam convocadas, posou para uma foto com a placa: “Vai, não se esconde, vem ‘pro’ sapabonde”. A gíria pode ser novidade, mas a atitude não. Mayssa Pessoa, do handebol, e Rafaela Silva, do judô, não escondem seus relacionamentos homoafetivos nas redes sociais. Entre os homens, porém, não é tão natural. Em janeiro de 2014, Ian Matos, dos saltos ornamentais, assumiu sua homossexualidade, mas seu bonde não está tão cheio.
Ian Matos com mascote na Vila Olímpica
Ian Matos com mascote na Vila Olímpica Foto: Reprodução/ Instagram
“A sociedade aceita melhor a homossexualidade feminina, e parte disso se deve à indústria pornográfica. Há muitos homens heterossexuais que não se importam em ver duas mulheres se beijando. Quando a situação é contrária, acham absurdo”, diz ele. “Nós, os homens, ficamos mais intimidados sim, porque nossa sociedade é machista, hipócrita e homofóbica. A gente precisa ser acolhido, e os homossexuais ainda vivem na exclusão social”.
Por isso repercutiu tão mal a matéria do jornal britânico “The Daily Beast” na qual um editor se passou por homossexual e aprontou uma armadilha para atletas na Vila Olímpica. Ele marcou encontros e, na publicação, deu dicas sobre a identidade daqueles com quem havia conversado. O problema é que alguns deles vivem em países bastante repressores: “Ele colocou a vida dessas pessoas em perigo. Foi antiético e antiprofissional”, critica Ian Matos.
Ian Matos é atleta dos saltos ornamentais
Ian Matos é atleta dos saltos ornamentais Foto: AFP
Apoio nas redes
Terreno preferido dos usuários com discursos de ódio, a internet é o principal ambiente onde todo tipo de preconceito ganha voz. Ian Mattos lamenta, mas destaca que nunca foi vítima de ataques virtuais. “Pelo contrário, recebo apoio de muita gente que admira a minha coragem. Acho que minha forma de falar abertamente sobre o assunto intimida esse tipo de comportamento”.
Ian Matos tem 27 anos

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