Pesquisa indica que 93% dos executivos dizem conhecer alguém corrupto
por Estadão Conteúdo
Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil
As dezenas de operações da Polícia Federal nos últimos anos, em
especial da Lava Jato, tiveram um efeito significativo sobre a percepção
da corrupção entre os executivos brasileiros. Uma pesquisa realizada
por um conjunto de escritórios de advocacia em 19 países mostra que 93%
dos executivos brasileiros conhecem uma empresa ou indivíduo corrupto,
ante uma média de 64% entre executivos da América Latina e Estados
Unidos. No Brasil, a pesquisa foi conduzida pelo escritório KLA
Advogados com cerca de 700 executivos e advogados de empresas. Ela já
está em sua terceira edição e é feita a cada 4 anos. Os advogados Isabel
Franco e Eloy Rizzo chamam a atenção para o porcentual dos pesquisados
que acreditava que um indivíduo seria processado caso fosse flagrado em
um esquema de corrupção. Em 2008, apenas 15% dos entrevistados
acreditavam nisso. Esse porcentual saltou para 75% em 2012, embalados
pelas diversas operações rumorosas da PF, como Satiagraha e Castelo de
Areia, entre outras. Mas segundo os advogados, a Lava Jato é a
responsável por fazer esse número chegar a 90%. Também a Lava Jato pode
ser uma explicação para o alto porcentual de executivos que acreditam
que os partidos políticos são os mais envolvidos em esquemas de
corrupção: 94%. Apesar de os executivos acreditarem que um processo
judicial ou administrativo é inevitável, a maioria ainda acredita que os
acusados sairão impunes. Apenas 26% dos entrevistados acreditam que as
leis são efetivas para esquemas de corrupção. No mapa da percepção de
corrupção nas Américas, o Brasil é considerado o segundo pior lugar para
se fazer negócios, perdendo apenas para a Venezuela. Mas os outros
países têm uma boa percepção do Brasil em relação ao combate a práticas
ilícitas, e o Brasil é visto como um dos mais desenvolvidos no quesito, ao lado de Estados Unidos.
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