Breaking News

Mãe de brasileiras encontradas mortas em Portugal diz que se crime foi motivado por homofobia, suspeito foi 'perverso'


As mineiras Michele e Lidiana e a capixaba Thayana As mineiras Michele e Lidiana e a capixaba Thayana Foto: GoFundME / Reprodução
Fabrício Provenzano

Solange Santana Leite, de 50 anos, mãe de duas das brasileiras encontradas mortas em Portugal, falou, nesta segunda-feira, sobre a suspeita da Polícia Judiciária portuguesa, de que o assassinato das jovens tenha sido um crime de homofobia. Para a auxiliar de serviços gerais, o suspeito pelos homicídios, o brasileiro Dinai Gomes, que era companheiro de uma das vítimas, foi "perverso" se agiu por esse motivo.
As vítimas - as irmãs mineiras Michele Santana Ferreira, de 28 anos, que estava grávida, e Lidiana Neves Santana, de 16, além da amiga delas, a capixaba Thayane Milla Mendes, de 21 - foram encontradas mortas dentro de um poço, em um hotel para animais, em Cascais, na última sexta-feira. Lidiana mantinha um relacionamento recente com Thayane. Mas, segundo o jornal português "I", Dinai, que era companheiro de Michele, é “extremamente conservador”, e o fato de duas das vítimas manterem um relacionamento poderia ter motivado os crimes.
— Se ele as matou por esse motivo (homofobia), ele é uma pessoa muito perversa. Quando elas foram para Portugal, ele já sabia que elas eram homossexuais. Inclusive, foi ele quem pagou a passagem de ida de Lidiana. Ele concordou com tudo — contou Solange, que acrescentou: — Se foi por isso (homofobia), ele as atraiu para lá com toda a maldade, já pensando no que ia fazer.
Irmãs mineiras não davam notícias de seu paradeiro desde janeiro
Irmãs mineiras não davam notícias de seu paradeiro desde janeiro Foto: Reprodução / Desaparecidos do Brasil
Outra hipótese considerada pela Polícia Judiciária de Portugal, segundo o "I", é que Dinai tenha cometido o crime por ser casado com uma mulher no Brasil e não querer que o relacionamento com Michele fosse descoberto. Solange disse que a filha já tinha sido ameaça pelo companheiro, que era funcionário de uma pet shop.
— Uma amiga da minha filha disse que ele falou para a Michele que se ela engravidasse, ela seria morta. E ela estava grávida quando desapareceu. Tanto que logo depois ele veio para o Brasil, fugindo — disse.
Local onde as vítimas foram encontradas, em Portugal
Local onde as vítimas foram encontradas, em Portugal Foto: João Porfírio – Semanário SOL / Jornal i
Segundo a auxiliar de serviços gerais, até o momento, nenhuma autoridade entrou com contato com a família para dar informações sobre as investigações do caso. A mulher conta com a ajuda de uma amiga das vítimas, que mora em Portugal, para receber novidades. Ainda não há previsão para a liberação dos corpos, que devem ser enterrados em Campanário, na Região do Rio Doce, em Minas Gerais, de onde eram as irmãs brasileiras.
— É tudo muito difícil. Ainda nem fizeram as autópsias. Eu fico esperando a polícia entrar em contato para saber o que vou fazer. Mas vamos enterrá-las aqui. Elas tinham muitos amigos. As colegas estão abaladas, a cidade de luto, mas devem querer fazer uma homangem — acrescentou Solange.
As brasileiras estavam desaparecidas desde janeiro. No fim do ano passado, Michele convidou a irmã mais nova para morar com ela. A adolescente aceitou o convite. Pouco tempo depois, em janeiro, a capixaba amiga delas também viajou para o país. Foi quando a agonia de Solange começou. Dias depois da chegada de Thayane a Lisboa, ela perdeu contato com as jovens.
Em maio, o Itamaraty informou que acompanhava o caso desde fevereiro. Segundo as informações obtidas pelo órgão, as jovens teriam planos de ir para Londres, mas não havia registro nem da saída delas de Portugal, nem da entrada no Reino Unido.
O nome das mulheres chegou a ser incluído no sistema de alerta da imigração da polícia inglesa e da Interpol.
Corpos foram encontrados num hotel para cães e gatos

Nenhum comentário