Delcídio Amaral é preso por determinação do STF
BRASÍLIA
- O líder do governo no Senado, senador Delcídio Amaral (PT-MS), foi
preso na manhã desta quarta-feira em sua casa em Brasília. O senador é
acusado de ameaçar familiares de Nestor Cerveró, (ex-diretor
Internacional da Petrobras), segundo disse ao Globo uma fonte que
acompanha o caso de perto. A prisão foi determinada pelo ministro do
Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki.
Também foram
presos o banqueiro André Esteves, do banco Pactual, o chefe de gabinete
do senador, Diogo Ferreira Rodrigues, e o advogado de Delcídio, Edson
Ribeiro. Segundo a fonte do Globo, Delcídio é acusado de ameaçar Cerveró
e de ter oferecido a ele ajuda para fugir do Brasil e não revelar nada
sobre o esquema de corrupção da Petrobras. Essas conversas foram
gravadas por um dos filhos de Cerveró e entregues à Polícia. O petista é
o primeiro senador da República preso em flagrante, por conta da oferta
para a fuga, que é um crime continuado.
O
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi informado da ação
da Polícia Federal no Senado às 6h30 desta manhã. Segundo informações, a
PF fez busca e apreensão no gabinete de Delcídio e no gabinete da
liderança do governo no Senado, já que ele é o líder do governo Dilma na
Casa.
Delcídio foi citado em delação premiada de Fernando Baiano,
que diz que o senador teria recebido entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão
de propina na negociação da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados
Unidos.
Baiano afirmou ter sido autorizado por
Cerveró a repassar sua parte de propina pela compra da refinaria a
Delcídio. Segundo Baiano, o petista estaria pressionando o ex-diretor da
estatal.
O lobista afirmou ainda ter sido procurado
por Cerveró em 2006 para acertar o pagamento. O ex-diretor reclamou com o
lobista. Disse que se sentia “muito pressionado" pelo senador petista,
que na época era candidato ao governo do Mato Grosso do Sul.
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