Dilma cancela ida a Vietnã e Japão
BRASÍLIA — A presidente Dilma Rousseff decidiu cancelar sua ida ao Vietnã e Japão,
programada para a próxima semana. Segundo fontes do Palácio do
Planalto, ela manterá sua viagem para Paris, embarcando na noite desta
sexta-feira, mas por conta das importantes articulações para a aprovação
da mudança na meta fiscal, Dilma voltará ao Brasil na noite de
segunda-feira. Ela teria sido aconselhada por auxiliares a acompanhar de
perto as negociações orçamentárias. O governo quer aprovar na próxima
terça o PLN 5, que autoriza mudança na meta fiscal.
A presidente
decidiu seguir a orientação do Tribunal de Contas da União (TCU) e vai
fazer um novo contingenciamento do Orçamento de 2015. O governo deverá
editar um decreto de programação financeira com um corte de R$ 10,7
bilhões nos gastos. Com isso, pela primeira vez, o país terá um quadro
que os técnicos chamam de "shut down", ou seja, a suspensão de todas as
despesas discricionárias. Isso significa deixar de fazer, por exemplo, o
pagamento de todos os serviços de água, luz, telefone, bolsas no Brasil
e no exterior, fiscalização ambiental, do trabalho, da Receita e da
Polícia Federal. A suspensão também atingirá gastos com passagens e
diárias.
Dilma
vai à Paris para participar da Conferência da ONU sobre Mudanças
Climáticas (COP-21). Integrantes do governo temem que quando Dilma
desembarcar em Paris neste sábado de manhã para participar da COP-21, o
Brasil, que sempre foi protagonista das negociações climáticas, seja
alvo de críticas pesadas por parte de ambientalistas por conta do
desastre em Mariana. O mar de lama tóxica que destruiu a barragem da empresa Samarco,
levando vidas e varrendo cidades às margens do Rio Doce, é considerado o
maior desastre ambiental do Brasil e o maior acidente com barragens de
mineração no mundo.
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