Irmã diz ter certeza que namorada matou empresário; para ela, crime foi por dinheiro
A
irmã de Felipe Lavina, de 27 anos, contou que não ficou surpresa ao
saber da prisão da namorada dele, Elen Cury, de 23, como suspeita de
participar da morte do empresário. Segundo Patrícia Lavina, de 31, duas
semanas antes do crime, o casal teve uma discussão, na qual Elen teria
jogado uma garrafa de água congelada na cabeça de Felipe. Ele, de acordo
com o relato, ficou machucado, mas nada grave. Patrícia disse ainda que
os dois estavam juntos havia apenas dois anos e que tem certeza que o
motivo da execução foi dinheiro.
-
Eu vi uma cena muito estranha duas semanas antes de o meu irmão morrer.
Eu moro nos fundos da casa dele e ouvi. Ela jogou uma garrafa de água
congelada na cabeça dele. Depois disse para ele que foi apenas uma
brincadeira. Tenho certeza que ela já estava tramando isso (a morte
dele). Estamos muito decepcionados, mas eu já esperava. Meu irmão era
bem sucedido. Foi o olho grande no dinheiro dele que motivou o crime -
afirmou Patrícia.
A mãe de Felipe, Rita de Cassia da Silva, esteve
na manhã desta sexta-feira na Divisão de Homicídios da Baixada
Fluminense (DHBF) e disse ter ficado triste com a prisão de Elen, porque
ela vivia em sua casa. Porém, Rita lembrou que, no fim de semana da
morte do empresário, Elen insistiu que o filho de Felipe ficasse com
eles. O menino costuma passar esse período com a mãe.
-
Achei estranha essa atitude dela (Elen). Ela praticamente implorou para
que o menino passasse o fim de semana com eles. Graças a Deus, meu neto
ficou com mãe. Não sei o que poderia ter acontecido - disse Rita.
O
delegado titular da DHBF, Giniton Lages, afirmou, durante coletiva
nesta manhã, que, apesar do inquérito ainda não ter sido concluído, há
fortes indícios de que Elen Cury participou do crime. Giniton disse não
poder afirmar agora se ela foi a mandante da execução, apesar das
evidências indicarem que sim. Segundo ele, a jovem sempre teve
conhecimento das movimentações financeiras de Felipe, sabia a quantia
que o empresário tinha dentro do cofre, além de ter deixado todas as
portas de casa abertas no dia do crime. Elen negou participação no
crime.
- O caso não está encerrado. A investigação ainda está em
andamento, mas precisamos prender temporariamente todos os envolvidos,
os suspeitos, para coletar provas e evidências e dar tranquilidade na
conclusão do caso. Há fortes indícios contra ela. Assim que ele viesse a
falecer, ela achou que herdaria tudo aquilo que ele tenha amealhado
(guardado) - disse o delegado.
A
movimentação da conta bancária de Elen será investigada pela polícia. A
especializada vai analisar a quantia que existia antes e depois do
relacionamento dela com Felipe.
A Polícia Civil trabalha com
quatro pessoas que participaram do assassinato de Felipe. Um menor já
foi apreendido. Dois suspeitos foram mortos e a polícia investiga se foi
queima de arquivo. Um outro já foi identificado e é considerado
foragido.
Se comprovado o envolvimento de Elen no caso, ela pode pegar até 30 anos de prisão e deve responder por homicídio.
Habeas corpus
O
advogado de Elen vai entrar com um pedido de habeas corpus nesta
sexta-feira para tentar fazer com que a suspeita responda em liberdade.
Rafael Faria lamentou o modo como sua cliente foi presa. Segundo ele, a
jovem foi chamada à DHBF com o objetivo de ser testemunha, entretanto,
acabou recebendo voz de prisão.
-
Ela foi na condição de testemunha e acabou presa por causa de um
artifício policial. O delegado pediu a prisão dela enquanto ela estava
lá para prestar o depoimento. Não há nada que comprove a participação
dela no delito - disse.
A única prova, segundo Rafael, seria o
menor apreendido na participação do crime que afirmou que Elen
participou do assassinato. Esse adolescente disse ser primo da jovem,
porém ela nega. Os dois passaram por uma acareação.
Em depoimento
na DHBF, no fim de outubro, Elen contou que foi vendada e agredida pelos
autores do crime. A mulher também afirmou que os suspeitos chegaram à
casa do empresário chamando-o pelo nome.
Declaração de amor na web
Quatro
dias antes do crime, Elen se declarou para Felipe através de uma foto
no Facebook dele, dizendo: "Que lugar maravilhoso! Assim como todos os
dias ao seu lado.. Que viver momentos assim nunca deixem de fazer parte
da nossa rotina. Te amo". O empresário respondeu dizendo que estava no
lugar mais lindo com a mais linda.
Elen
Cury foi presa na noite desta quinta-feira depois de ter ido até a
Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) prestar depoimento.
Ela teve a prisão preventiva decretada. Na última semana, agentes da
DHBF apreenderam um menor de 17 anos, suspeito de participação na morte de Felipe.
Relembre o caso
O
empresário foi assassinado com pelo menos um tiro na cabeça no dia 25
de outubro. Na época, sua namorada contou que os dois estavam dormindo
quando foram acordados por três homens armados. Apesar disso, a polícia
informou que não havia sinais de arrombamento na casa, que fica em
Mesquita, na Baixada Fluminense, e que os suspeitos estariam em busca de
um cofre onde o dinheiro roubado estava guardado. Além dos R$ 10 mil,
os homens levaram roupas e celulares.
O
casal então foi colocado em um carro e levado até Nova Iguaçu, também
na Baixada Fluminense. Elen teve os olhos tapados e o empresário foi
morto. Depois disso, ela contou que levou coronhadas e foi abandonada
com o carro. Felipe era dono da Academia Mega Physical, de Mesquita.
O
empresário morava em cima da casa dos pais. Em depoimento, Elen afirmou
ao delegado que os assaltantes sabiam muitos detalhes sobre os dois,
como seus nomes e a existência do cofre com dinheiro. No enterro de
Felipe, Elen não falou com a imprensa e estava aparentemente abalada.
Ela foi fotografada chorando muito ao lado do caixão.
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