Una: Força-tarefa resgata três pessoas em trabalho escravo em fazenda de cacau
Foto: Reprodução / Funtrab
Três pessoas foram resgatadas em condições de trabalho escravo em uma
fazenda no município de Una, no Litoral Sul baiano. Eles eram mantidos
na propriedade de mais de 900 hectares sem carteira de trabalho
assinada. Ainda segundo a força-tarefa, os trabalhadores dormiam em
moradias sem camas, sanitários e luz elétrica, e a água usada para
consumo era retirada de um riacho e armazenada em galões descartáveis de
agrotóxicos. Os trabalhadores foram resgatados pela força-tarefa da
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego na Bahia (SRTE/BA), com
apoio da Polícia Rodoviária Federal e do Ministério Público do Trabalho.
Aos auditores, eles contaram que foram contratados há pelo menos sete
anos pelo proprietário da Fazenda Eldorado, onde trabalhavam na colheita
do cacau. Eles trabalhavam sem equipamentos de proteção individual
(EPIs), recebendo apenas R$ 200 ao mês, sendo que o pagamento estava
atrasado há seis meses. No local, a filha de um dos trabalhadores, que é
menor de idade, sofreu uma queimadura no abdômen, sem receber qualquer
atendimento médico ou farmacêutico pelo empregador. Após o resgate, os
trabalhadores foram levados à residência de parentes no distrito de
Villa Brasil, em Una. O empregador também terá de providenciar o
registro e a assinatura da Carteira de Trabalho dos trabalhadores, além
de arcar com o pagamento das rescisões devidas, cujos valores foram
estimados em R$ 30 mil. Uma ação civil pública cobrará uma indenização
por danos morais individuais e coletivos, no valor de R$ 1 milhão, e o
enquadramento da situação no artigo 243 da Constituição Federal, que
estabelece expropriação de propriedades onde for constatada a existência
trabalho análogo ao de escravo.
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