Governo dá como certo pedido de impeachment de Dilma
por Isadora Peron e Vera Rosa | Estadão Conteúdo
Foto: Lula Marques/ Agência PT
O governo já dá como certa a abertura de um processo de impeachment
contra Dilma Rousseff no Congresso e montou um time de advogados e
juristas para defender a presidente. A decisão do Palácio do Planalto é
recorrer ao Supremo Tribunal Federal assim que algum requerimento
solicitando o afastamento de Dilma for aceito pela Câmara. Em nova
reunião realizada no domingo (11) com ministros, no Palácio da Alvorada,
Dilma foi informada de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), comandará uma "manobra" pró-impeachment. A avaliação do
governo é de que, acuado após a denúncia do Ministério Público da Suíça
mostrando contas secretas atribuídas a ele e abastecidas com dinheiro
desviado da Petrobrás, Cunha vai pôr em prática o jogo combinado com a
oposição para atingir Dilma. Por esse script, o presidente da Câmara
rejeitará, amanhã, o pedido dos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale
Júnior, propondo a deposição da presidente. A ideia, porém, seria deixar
o caminho aberto para que um deputado da oposição apresente recurso ao
plenário da Câmara. Nesse caso, ainda no roteiro idealizado por Cunha,
esse recurso poderia ser aprovado por maioria simples, composta por 50%
mais um dos deputados, com qualquer número de presentes à sessão. O
advogado Flávio Caetano, coordenador jurídico da campanha de Dilma à
reeleição, foi escalado para coordenar a defesa da presidente na
possível ação de impeachment. O governo pretende contestar a questão do
quórum para a abertura do processo pela Câmara, uma vez que a
Constituição exige dois terços dos parlamentares.
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