Investigações da Zelotes têm que continuar, diz Jaques Wagner
Foto: Valter/Campanato/Agência Brasil
O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou nesta
segunda-feira (26) que o fato de a Operação Zelotes ter cumprido
mandados de busca e apreensão em empresas do filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
não preocupa o governo. Segundo ele, o Brasil não pode ficar assistindo
à investigação. "O que preocupa mesmo o governo é a falta de
crescimento, o desemprego crescente e a inflação", disse Wagner, após
participar de evento com empresários em São Paulo. Na avaliação de
Wagner, as atuais investigações sobre grandes esquemas de corrupção no
País têm de continuar porque mudam a relação entre o público e o
privado. Questionado também sobre reportagem do jornal Folha de S.Paulo
que afirma que 35% das pedaladas fiscais tiveram como objetivo financiar
empréstimos para grandes empresários e fazendeiros de médio e grande
portes, Wagner diz não ver tal informação como uma denúncia, mas como um
caminho normal com retorno positivo de geração de empregos e estímulos a
áreas menos desenvolvidas. "Como governador, não teria a chegada de
tantas indústrias se o BNDES não tivesse oferecido taxas de juros
compatíveis com o mercado internacional. Da mesma forma que o banco de
desenvolvimento da Suécia nos ofereceu juros convidativos para
formalizar a compra dos caças Grippin", afirmou. O titular da Casa Civil
reconheceu, no entanto, que, atualmente, o governo tem menos
musculatura para fazer equalizações de taxas de juros da mesma forma que
fazia antes. "Vamos ter que modular o programa", afirmou. Segundo ele, o
objetivo é que cada empresa beneficiada gere riqueza e emprego em
várias regiões do país. Jaques Wagner afirmou que a única negociação
estabelecida entre o governo e o presidente da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se refere ao andamento da pauta de votações
sobre questões econômicas. "Quanto à situação do Eduardo Cunha, isso
está a cargo do Conselho de Ética, do Ministério Público e do Supremo
Tribunal Federal", respondeu a jornalistas, após o evento em São
Paulo. Sobre o andamento das próximas votações, Wagner disse que é
possível que a proposta sobre a Desvinculação das Receitas da União
(DRU) seja votada nesta terça-feira, 27, na Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) da Câmara.
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