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Ministro procura Cunha em busca de pacificação

Maria Lima - O Globo

BRASÍLIA - O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, entrou em campo e procurou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para tentar apagar o incêndio provocado por Dilma. Uma reunião ontem à noite, ministros da articulação política e líderes do governo no Congresso a conclusão foi que é preciso vigiar a presidente Dilma de perto para que não complique ainda mais o cenário “ que já é muito ruim” e não comporta esse tipo de “hostilidades”.
Coube ao ministro Jaques Wagner também ligar para a presidente Dilma Rousseff e pedir para ela cessar o duelo verbal com Cunha. Os articuladores dizem que agora é hora de agregar, “não de ciscar para dentro”. Além da derrota prevista no Conselho de Ética, o núcleo de articulação política do governo acha muito difícil um recurso ao plenário, onde Cunha controla a pauta e segundo os participantes da reunião, “tem mil instrumentos” para se manter no cargo indefinidamente.
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— O momento agora é de temperança e diálogo. Não é hora de enfrentamentos nem de criar arestas. Esse tipo de declaração só cria dificuldades, não ajuda em nada. Temos um cenário muito ruim, e ainda hostiliza? — lamentou o líder do governo no Senado,
Um levantamento passado por parlamentares petistas mostrou que mesmo com os votos do PT contra Cunha, o presidente da Câmara deve enterrar o processo de cassação de seu mandato no Conselho de Ética por 11 votos a favor e nove contra
Delcídio Amaral (PT-MS), que participou da reunião e diz que também vai procurar Dilma para “bater na tecla” de que não é hora de criar nenhuma aresta. Os ministros e petistas avaliam também que essa guerra pode reacender o debate sobre o pedido de impeachment da presidente, pois as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) não impedem o presidente da Câmara de deferir o novo pedido que será encaminhado amanhã pela oposição com apoio de líderes de movimentos de rua.
Segundo os participantes da reunião de ontem à noite, ao se imiscuir em assuntos que são do Congresso Nacional, “colocando na frente idiossincrasias pessoais”, Dilma joga por terra todo o “puta esforço” que estão fazendo para criar um “muro de contenção” e conseguir aprovar matérias importantes como a prorrogação da Desvinculação de Recursos Orçamentários (DRU) e alguma coisa para colocar no lugar da CPMF ainda esse ano.
— O momento agora não é de acirrar os ânimos — completou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).

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