Geddel: Temer pede que base defenda governo e mostre que herdamos um país no caos
por Igor Gadelha | Estadão Conteúdo
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB),
afirmou que o presidente da República em exercício, Michel Temer, pediu
aos líderes da base aliada da Câmara que façam a defesa do governo
peemedebista, deixando claro a herança "maldita" que ele recebeu dos
governos do PT. Temer e Geddel participaram de almoço com lideranças
aliadas nesta terça-feira, 31, na residência da família do líder do PSD,
deputado Rogério Rosso (DF). "(Ele passou uma mensagem) de otimismo, de
continuar nessa batida, de mostrar de forma clara no debate no
Congresso Nacional que somos um governo de 20 dias, que herdamos um País
no caos", afirmou o ministro na saída do evento. "Temos que deixar de
forma bastante clara que ninguém pode esquecer o que estamos herdando e
que essa gente que hoje faz pose de maior oposição do mundo foi a grande
responsável por tudo isso que está acontecendo no país",
acrescentou. Geddel ressaltou que Temer herdou um governo com R$ 170
bilhões de déficit nas contas públicas, com inflação de dois dígitos e
com o desemprego atingindo mais de 12 milhões de pessoas. De acordo com o
ministro, Temer pediu que os líderes aliados mostrem para a sociedade
que o governo está tomando as medidas corretas para a retomada do
crescimento econômico e não medidas "populistas". O ministro afirmou
ainda que qualquer integrante do governo Temer que eventualmente seja
citado na delação premiada do empresário Marcelo Odebrecht terá de dar
explicações do tamanho do problema que tiver. "Deixa ver o que vem, se
vem e como vem (sobre delação de Odebrecht). Esse negócio que falam,
falam muitas coisas. Então deixe vir. Cada um vai ter quer dar
explicações do tamanho do problema que tiver", afirmou. De acordo com
Geddel, qualquer ministro que "efetivamente" tiver cometido algum
ilícito ou equívoco, será como o presidente em exercício Michel Temer já
avisou na primeira reunião: "deixa o governo e a vida continua. Vai
entrar outro no lugar e tocar o governo". "Ninguém é insubstituível",
disse. Questionado se o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves
(PMDB), terá de deixar o governo por ser investigado pela Operação Lava
Jato, Geddel Vieira Lima afirmou apenas que, na hora que surgir algum
"problema específico, e se surgir", Michel Temer tomará "medidas
cabíveis". O ministro da Secretaria de Governo evitou comentar os áudios
gravados pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e que
provocaram a queda de dois ministros de Temer em menos de 20 dias de
governo. "Ele foi presidente da Transpetro por 13 anos no governo deles
(do PT), nomeado por eles", afirmou.
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