Operação Orobó: Apuração também envolve advogados contratados por quadrilha
por Estela Marques / Luana Ribeiro
Foto: Estela Marques / Bahia Notícias
A operação Orobó, desdobramento da Operação Águia de Haia
deflagrado na manhã desta quinta-feira (2), tem como objetivo ampliar as
investigações do esquema de lavagem de dinheiro desviado na prefeitura
de Ruy Barbosa, que operou mais de R$ 6 milhões. Além de localizar
dinheiro e bens adquiridos, foi identificado que a organização criminosa
pagou advogados para pessoas envolvidas, para que defendessem não os
clientes, mas os membros da quadrilha. Ou seja, os advogados interferiam
impedindo o cliente em questões que o beneficiariam, mas prejudicariam a
organização. Ao todo, foram cumpridos oito mandados de busca e
apreensão, sendo seis em Salvador, um em Feira de Santana e um em Ruy
Barbosa. Chegou a ser feito um pedido de prisão preventiva, mas que foi
negado. Em Ruy Barbosa, as buscas foram em uma residência; em Salvador,
foram três residências e dois escritórios de advocacia. A operação Águia
de Haia investiga desvios de recursos do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb). “A empresa com escritório em Salvador vendia
propostas de preço para criar custo estimado falso, além de modelo de
edital de licitação e contrato. De acordo com o promotor de Justiça
Fernando Berbert, a prefeitura colocava os timbres nos documentos para
simular que eles eram oficiais. A alegação dos contratos era o
fornecimento de software de gestão acadêmica, pra gerir a secretaria de
Educação e escolas municipais. Entre as apreensões, foram encontrados
comprovantes de imóveis, de transações envolvendo venda de gado, mas os
relatórios ainda estão em fase preliminar, porque os autos decorrentes
da investigação estão sendo analisados. Nesta fase, um automóvel
comprado com um cheque do principal investigado em nome de outra pessoa
foi apreendido. O proprietário do cheque é empresário e a pessoa em nome
da qual foi comprado o veículo é ligada ao prefeito de Ruy Barbosa. “O
cheque era parte da propina que foi paga”, explica Berbert. Duas pessoas
que são alvo da apuração desde a Águia de Haia ainda não foram
localizadas.
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