Guido Mantega é preso na 34 ª fase da Lava-Jato em SP
SÃO PAULO — Policiais federais estão nas ruas desde a madrugada desta
quinta-feira para cumprir mandados da 34ª fase da Operação Lava Jato. O
ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi preso, segundo a TV Globo.
Policiais foram até sua casa em São Paulo, mas ele estava no hospital
acompanhando uma cirurgia da mulher. Mandados são cumpridos também em
Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e no Distrito
Federal.
Batizada de Arquivo X, as equipes policiais estão
cumprindo 49 ordens judiciais, sendo 33 mandados de busca e apreensão, 8
mandados de prisão temporária e 8 mandados de condução coercitiva.
O
advogado de Mantega, José Roberto Batochio, disse ao GLOBO que
policiais foram à casa do ex-ministro hoje cedo, em São Paulo. Mantega,
no entanto, estava no Hospital Albert Einstein acompanhando uma cirurgia
da mulher. O advogado disse que não tem mais detalhes da operação.
Segundo
a TV Globo, Mantega é alvo de prisão temporária. Os detalhes da
operação serão conhecidos em entrevista coletiva da Força-´Tarefa às 10h
desta terça-feira, em Curitiba.
Mantega já havia sido levado para depor, em maio, em outra operação, a Zelotes.
A
penúltima fase da Lava-Jato foi a 33ª, batizada de “Resta Um”.
Deflagrada em 2 de agosto, o alvo foi a construtora Queiroz Galvão e
investigou contratos do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), da
Refinaria Abreu Lima, da Refinaria Vale do Paraíba, da Refinaria
Landulpho Alves e da Refinaria Duque de Caxias.
Segundo a PF,
nesta fase são investigados fatos relacionados à contratação pela
Petrobras de empresas para a construção de 2 plataformas (P-67 e P70)
para a exploração de petróleo na camada do pré-sal, as chamadas FSPO´s
(Floating Storage Offloanding).
“Utilizando-se de expedientes já
revelados no bojo da Operação Lava Jato, fraude do processo licitatório,
corrupção de agentes públicos e repasses de recursos a agentes e
partidos políticos responsáveis pelas indicações de cargos importantes
da estatal, empresas se associaram na forma de consórcio para obter os
contratos de construção das duas plataformas muito embora não possuíssem
experiência, estrutura ou preparo para tanto”, disse nota da PF.
Durante
as investigações verificou-se ainda que, no ano de 2012, “um
ex-ministro da Fazenda” (Mantega) teria atuado diretamente junto ao
comando de uma das empresas para negociar o repasse de recursos para
pagamentos de dívidas de campanha de partido político da situação. Estes
valores teriam como destino pessoas já investigadas na operação e que
atuavam no marketing e propaganda de campanhas políticas do mesmo
partido.
São apuradas as práticas, dentre outros crimes, de corrupção, fraude em licitações, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
“O
nome Arquivo X dado à investigação policial é uma referência a um dos
grupos empresarias investigados e que tem como marca a colocação e
repetição do “X” nos nomes das pessoas jurídicas integrantes do seu
conglomerado empresarial”, explica a PF.
Nos casos dos
investigados para os quais foram expedidos mandados de condução
coercitiva, estes estão sendo levados às sedes da Polícia Federal nas
respectivas cidades onde foram localizados a fim de prestarem os
esclarecimentos necessários. Os investigados serão liberados após serem
ouvidos no interesse da apuração em curso.
Quanto aos investigados
com prisão cautelar decretada, tão logo sejam localizados eles serão
trazidos à sede da Polícia Federal em Curitiba onde permanecerão à
disposição das autoridades responsáveis pela investigação.
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