‘Lula era o comandante máximo do esquema de corrupção’, diz MPF
O
coordenador da força-tarefa da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, disse nesta
quarta-feira que o ex-presidente Lula era o “comandante máximo do
esquema de corrupção identificado na Petrobras durante seu governo. Na
coletiva, o procurador repetiu que o esquema tinha como propósitos a
manutenção da governabilidade, a perpetuação dos partidos no poder e o
enriquecimento ilícito dos envolvidos.
- Hoje o MPF acusa o sr.
Luiz Inácio Lula da Silva como o comandante máximo do esquema de
corrupção identificado na Lava-Jato - disse Deltan, durante entrevista
em Curitiba.
Segundo ele, a conclusão não leva em conta a história do ex-presidente ou da qualidade de seu governo:
-
O MPF não está julgando aqui quem Lula foi ou é como pessoa. Não
estamos julgando quanto o seu governo foi ou não foi bom, o quanto ele
fez ou não fez pelo povo brasileiro. O que o Ministério Público faz aqui
é imputar a ele a responsabilidade por crimes de corrupção e de lavagem
de dinheiro, em um contexto específico, afirmando qual é a medida de
sua responsabilidade com base em evidências - afirmou Deltan.
O procurador disse que a mesma ressalva se aplica ao PT:
-
Não se julga aqui a adequação de sua visão de mundo, sua ideologia, mas
avalia sim se a agremiação se envolveu, por meio de seus diversos
prepostos, em crimes específicos.
Para a Lava-Jato, embora não se
possa dizer que todos os apadrinhados que assumiram cargos públicos
arrecadaram propinas, é possível "afirmar que existia um sistema com
este objetivo, o qual abarcava seguramente diversos cargos públicos",
segundo Deltan Dellagnol.
- Só o poder de decisão de Lula fazia o
esquema de governabilidade corrompida viável. (O ex-presidente) nomeou
diretores para que arrecadassem propina. Sem o poder de decisão de Lula,
esse esquema seria impossível.
Lula, a mulher dele, dona Marisa
Letícia, e mais seis pessoas foram denunciadas nesta quarta-feira por
corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do edifício Solaris,
no Guarujá. Também foram denunciados o presidente do Instituto Lula,
Paulo Okamotto, o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, e os ex-diretores
da OAS Paulo Gordilho (responsável pela compra de móveis planejados para
a cozinha do apartamento), Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Fábio
Hori Yonamine e Roberto Moreira Ferreira.
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