Sair Rui e entrar Wagner é tese complicada
por Samuel Celestino
Foto: Max Haack/Ag. Haack/ Bahia Notícias
Entre o ex-governador Jaques Wagner e Rui Costa, que está no
comando do Estado, existem diferenças de estilos marcantes, a começar
pelo fato de o primeiro ser um político e, o segundo, um gestor. Somente
este diferencial é suficiente para isolar qualquer movimento dentro do
PT, oriundo do interior (clique aqui e veja)
e desmanchar qualquer alusão para um lançamento de Wagner ao governo
baiano em 2018, contrapondo-se às expectativas de Rui, que também tem
viés político. O PT atravessa um momento de dificuldades com o
impeachment de Dilma e a ascensão de Michel Temer à presidência.
Dificuldades dentro do próprio partido e do que poderá vir a ocorrer com
a legenda num futuro próximo. O Partido dos Trabalhadores só não tem
problemas, por ora, na Bahia dentre os estados federativos. A não ser
que haja uma reviravolta a partir dos seus integrantes do interior em
direção à capital, para uma mudança de cena. Lançar o ex-governador para
um terceiro mandato e tirar consequentemente Rui Costa do jogo é
politicamente uma insensatez. Até aqui o governador não se manifestou a
respeito, por não ser o momento adequado. É de supor, porém, que ele
virá a ser candidato ao segundo mandato. Tal como aconteceu com Wagner.
Não parece fazer sentido, portanto. Se está aqui na Bahia a força que
ainda existe no PT, deve-se, em boa parte, a um trabalho político
realizado por Rui e Wagner que seguraram políticos baianos de várias
legendas. Tal como ocorreu no processo de impeachment observado na
Câmara dos Deputados, na primeira fase, e, na segunda fase, no Senado,
quando os três senadores da Bahia votaram contra o impeachment. O
trabalho aconteceu em duas pontas: de Wagner, como ministro da Casa
Civil da então presidente, e de Rui Costa costurando em Brasília em
conversas com os deputados federais das legendas que o seu governo
apoia. Com isso, ele definiu como os parlamentares baianos iriam votar.
Assim a Bahia se tornou petista. Agora surge o movimento a partir de
petistas interioranos que querem mudança para as eleições de 2018,
voltando à cena de antes: sai Rui e entra Wagner. Não faz sentido.
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