Seguranças de juíza são agredidos com pedaços de pau em prisão da PM
Magistrada teve a blusa rasgada e precisou da ajuda da escolta e outros internos para fugir de presos no antigo BEP
Rio
- Presos da Unidade Prisional (antigo BEP) agrediram a juíza Daniela
Barbosa Assumpção, da Vara de Execuções Penais (VEP) do Tribunal de
Justiça do Rio (TJRJ), e membros da escolta dela durante inspeção na
unidade, na tarde desta quinta-feira, em Benfica. O alvo principal dos
policiais militares presos era a magistrada, que teve a blusa rasgada,
mas, cercada pelos seguranças, conseguiu escapar. Cinco agentes que
protegiam a juíza foram espancados com pedaços de pau.
Ainda nesta
tarde, a magistrada se reuniu com o juiz titular da VEP, Eduardo
Oberg. Segundo informações do TJ, o próximo passo será identificar quem
foram os agressores e determinar a transferência deles para Complexo
Penitenciário de Bangu 1.
De acordo com o promotor Décio Alonso,
que atua junto à Auditoria de Justiça Militar e acompanhava a inspeção, o
tumulto começou quando um preso com problemas psiquiátricos agrediu
verbalmente a juíza. A partir daí, outros internos se aproveitaram da
confusão e partiram com pedaços de pau para atingir os integrantes da
escolta.
Ao menos cinco internos já foram identificados como
participantes do levante. O grupo seria ligado à mílicia. Para sair do
cerco, a magistrada também contou com a ajuda de outros presos.
Para conter os internos, foram acionados o
helicóptero Grupamento Aeromóvel (Gam), policiais do Batalhão de
Operações Especiais (Bope), Choque e do Batalhão de Cães (BAC), além de
dois caminhões do Corpo de Bombeiros e uma ambulância da Samu. Há pelo
menos 250 interno na unidade.
Em nota, a assesoria do
TJ confirmou que a juíza foi agredida. Além de bater na magistrada, os
detentos conseguiram impedir que ela fizesse a revista em uma das
galerias. Forçada pelos PMs presos a deixar a unidade, a juíza foi
escoltada por homens da segurança do TJ e homens do Batalhão de
Operações Especiais (Bope) de volta ao tribunal.
No início de
agosto deste ano, uma operação, também na Unidade Prisional, acabou com
churrrasco de detentos e, de quebra, derrubou o diretor prisão. O
flagrante da confraternização, que contou com uma bateria musical
completa e profissional, deu respaldo à exoneração pelo comando da PM do
tenente-coronel Alexandre do Amaral Lourenço.
Na festa, regada a litros e mais litros de
refrigerante, também foram apreendidos vários aparelhos de celulares,
televisores, um Playstation e cerca de R$ 3 mil.
Na
época, o corregedor da PM, coronel Victor Yunes, informou que os
militares envolvidos seriam levados para 1ª Delegacia de Polícia
Judiciária Militar ainda na noite de quinta-feira para prestar
depoimentos. “Apoiamos a inspeção solicitada pela VEP nas instalações do
BEP”, informou o oficial.
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