'Não filio homossexuais', diz representante do PSOL no Acre
Foto: Adelcimar Carvalho/ G1
O representante do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) em Cruzeiro
do Sul, José de Queiroz, afirmou em entrevista nesta quinta-feira (1)
que não filia homossexuais. "Aceitamos filiação, desde que sejam de
pessoas decentes e idôneas e que não tenham passado sujo. Porque quem
nasceu filho da santa, continua filho da santa; e quem é filho da outra,
continua sendo filho da outra. Como pessoa, eu não filio homossexuais,
mas o partido é livre para aceitar qualquer pessoa", afirmou Queiroz. Em
entrevista ao G1, o psolista tentou se explicar, dizendo que a
agremiação possui sete pessoas que podem filiar interessados, mas ele
não aceita a "prática homossexual". O presidente regional do PSOL, Jamyr
Rosas, informou que Queiroz não é diretor do partido, como se
apresenta, e depois das declarações deve ser penalizado. Rosas ainda
acrescentou que o PSOL "repudia veementemente" as declarações. "Agora
ele deve ser afastado e o processo vai ser encaminhado para o conselho
de ética. Ele não tinha autorização para falar como presidente, não
existe direção montada na cidade. Não tinha autorização para dar
entrevistas", destacou. Queiroz se filiou ao partido em julho deste ano e
fazia parte da comissão que formaria o diretório da legenda em Cruzeiro
do Sul. Apesar das declarações preconceituosas, Queiroz afirma que não é
contra homossexuais. "Não interessa a posição e sexo ou a maneira que
ele queira agir, porque cada um é dono de si. Porém, eu como evangélico,
digo que não concordo com isso, mas tem sete pessoas e cada um filia
quem quiser. A prática é que não aceito, mas tenho muitos amigos
homossexuais, que a gente se dá muito bem. Mas não concordo filiar gente
assim", acrescentou. A Associação dos Homossexuais do Acre (Ahac) se
manifestou e informou que "fez toda a articulação para fazer chegar a
informação ao partido nacionalmente". O presidente da entidade, Germano
Marino, disse que o representante do PSOL se mostrou despreparado para
estar à frente do partido. "Vamos procurar os meios legais para
representação contra essa discriminação e incitação à exclusão que gera
violência", completou.
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