Águia de Haia: MPF denuncia prefeito de Ribeira do Pombal por fraude em licitações
Foto: Google Street View
Mais um prefeito foi denunciado devido à Operação Águia de Haia,
iniciada em julho de 2015, que apura desvio de recursos federais do
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Desta
vez, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou o prefeito do
município de Ribeira do Pombal, Ricardo Maia Chaves de Souza, a
secretária de educação, Marla Viana Cruz, e mais seis pessoas por fraude
em licitações. Entre os denunciados está também o empresário Kells
Belarmino Mendes, supostamente envolvido em fraudes em cerca de 20
municípios. Mendes e seu grupo são acusados de aliciar prefeitos e
servidores públicos em troca de dinheiro. A quadrilha forjava os
processos de licitação, utilizando empresas vinculadas à organização
para manter uma aparência de legalidade, e superfaturavam os valores dos
contratos. De acordo com a denúncia da procuradora regional da
República Raquel Branquinho, basta uma simples leitura do texto da
solicitação de demanda de pregão presencial “para que se verifique
tratar de uma contratação direcionada às supostas funcionalidades dos
produtos/serviços comercializados pelas empresas vinculadas a Kells
Bellarmino Mendes”. Apontado como chefe da quadrilha, Mendes possuiria
um esquema bem montado de desvio de verbas públicas e de corrupção de
agentes políticos e servidores públicos. O grupo utilizava recursos do
Fundeb para a contratação ilegal de produtos e serviços de tecnologia da
informação para escolas. De acordo com o MPF, os serviços quase não
eram prestados, porque a maioria das escolas não possuíam internet e as
que possuíam sofriam com a ausência de pessoal para utilizar o sistema.
Mesmo sem a execução dos serviços, a maioria dos contratos foi paga
integralmente. No caso do município de Ribeira do Pombal não houve
concorrência. Uma única empresa do grupo participou da licitação e foi
contratada. Por falta de aumento no repasse dos recursos ao município de
Ribeira do Pombal, o próprio prefeito Ricardo Maia não autorizou a
execução do serviço, configurando apenas o crime de fraude de licitação,
sem o desvio de verbas. Oferecida perante o Tribunal Regional Federal
da 1ª Região (TRF1), a denúncia pede perda do cargo de prefeito e
inabilitação, pelo prazo de cinco anos, para o exercício de cargo ou
função pública.
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