Lula deve ser acusado pela força-tarefa da Lava Jato por sítio em Atibaia
por Fausto Macedo, Julia Affonso, Mateus Coutinh e Ricardo Brandt | Estadão Conteúdo
Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula
A força-tarefa da Operação Lava Jato considera ter elementos para
levar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao banco dos réus,
acusado de envolvimento com a organização criminosa que corrompeu e
lavou dinheiro desviado da Petrobrás. O inquérito sobre a compra e
reforma do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), será a primeira
acusação formal entregue à Justiça pelo Ministério Público. Com base em
notas fiscais localizadas nas buscas e apreensões, depoimentos colhidos e
movimentações bancárias analisadas, a Lava Jato vinculará os desvios de
recursos na Petrobrás à reforma executada no sítio e à manutenção de
bens referentes a Lula. As empreiteiras OAS e Odebrecht e o pecuarista
José Carlos Bumlai serão vinculados aos serviços executados na
propriedade, como compensação por obras loteadas pelo cartel que atuou
na estatal. O Supremo Tribunal Federal ainda decidirá se Lula pode
assumir o cargo de ministro da Casa Civil e se ele será denunciado pela
Procuradoria-Geral da República, considerando o direito ao foro especial
por prerrogativa de função, ou se as acusações poderão ser apresentadas
pela Procuradoria em Curitiba, diretamente ao juiz federal Sérgio Moro,
dos processos em primeiro grau da Operação Lava Jato. Lula é alvo de
três frentes de apuração e a que envolve o sítio é a mais robusta em
termos de provas, avaliam os investigadores. Mas os inquéritos estão
suspensos em Curitiba depois que Lula foi nomeado ministro pela
presidente Dilma Rousseff.
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