Cunha pede aos partidos indicações para comissão do impeachment de Temer
por Julia Lindner | Estadão Conteúdo
Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Apesar de ter anunciado que vai recorrer da decisão de Marco Aurélio
Mello, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
decidiu acatar parcialmente a determinação do ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF). Nesta quarta-feira, 6, Cunha enviou um ofício
aos líderes partidários pedindo a indicação de integrantes para a
comissão especial que analisará o pedido de impeachment do
vice-presidente da República, Michel Temer. O peemedebista afirmou que
não instalará o colegiado se os parlamentares não indicarem os nomes. No
documento enviado nesta quarta, Cunha não estipulou nenhum prazo para
os líderes responderem ao pedido de indicação. Como a decisão do Supremo
diz que apenas eles podem sugerir os membros, a Secretaria-Geral da
Mesa, avalia que há um impasse. Cunha não pode nomear deputados para
preencher vagas, mesmo que os partidos se recusem a fazê-lo. Nos
bastidores, há um acordo entre o peemedebista e membros da oposição para
postergar a instalação da comissão especial enquanto o recurso do
presidente da Casa é analisado no STF. O recurso de Cunha no Supremo
deve ser protocolado nesta quinta-feira, 7. Nessa terça, ele disse que a
oposição está disposta a fazer obstrução em protesto à manifestação do
ministro. Confirmando a fala, o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM),
declarou que o partido não vai indicar nenhum nome para a comissão
porque não há nenhum membro do partido disposto a assumir a posição.
Pauderney disse que quer esperar um desfecho no processo de impeachment
da presidente Dilma Rousseff na Câmara. Outras siglas devem fazer o
mesmo.
Nenhum comentário