Empresa de ex-comandante do Bope teve oito vezes mais armas roubadas em 2015 do que na soma dos quatro anos anteriores
A
Solidez Segurança e Vigilância, empresa que tem como sócio Fernando
Príncipe Martins, coronel reformado da PM e ex-comandante do Batalhão de
Operações Especiais (Bope), registrou quase oito vezes mais armas
roubadas, perdidas ou extraviadas em 2015 do que na soma dos quatro anos
anteriores. A firma concentrou, no ano passado, um terço de todos os
casos do tipo envolvendo firmas de segurança, como o EXTRA revelou ontem
a partir de dados obtidos pela CPI das Armas da Assembleia Legislativa
do Rio (Alerj).
Documentos enviados pela Polícia Federal à
comissão mostram que, entre 2011 e 2014, a Solidez comunicou a perda de
19 armas, 13 coletes e 177 balas. No ano passado, os números saltaram
para 146, 62 e 1.727, respectivamente.
Procurado,
o coronel Príncipe creditou o salto ao período em que sua firma prestou
serviços para a Souza Cruz, uma das empresas mais visadas por
assaltantes de carga. Segundo ele, o vínculo teve início em outubro de
2014 e acabou rompido no início deste ano, depois que a Solidez
estipulou condições de escolta não aceitas pela contratante.
— Não
registramos roubos de arma em nenhum outro posto. Nós também somos
vítimas da falta de providência do estado para resolver o problema do
roubo de carga — afirmou o oficial reformado.
Fundada no fim de
1998, a Solidez passou para as mãos de Fernando e seu irmão, Marcelo
Príncipe Martins, em julho de 2001. À época major já lotado no Bope, o
coronel aparecia apenas como “sócio-quotista”, sem exercer nenhuma
função administrativa, de modo a não ferir o regulamento da Polícia
Militar.
Mais um roubo à Souza Cruz
Uma
carga de cigarros da Souza Cruz voltou a ser alvo de roubo, nesta
sexta-feira, na Avenida Brasil, altura da Fazenda Botafogo. Após intenso
tiroteio, criminosos fugiram levando duas vans e duas armas dos
vigilantes. Os veículos acabaram recuperados pela PM.
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