Fernandinho Beira-mar pede impeachment de diretor do presídio
Por: Felipe Pena em
A
frase não é minha, é do senador Roberto Requião, do PMDB do Paraná.
Segundo ele, quando Eduardo Cunha pede o impeachment de Dilma é como se o
Fernandinho Beira-mar, bandido mais perigoso do país, pedisse o
impeachment do diretor do presídio.
A analogia não está muito
longe da realidade. Cunha participa de esquemas de corrupção há mais de
20 anos, é réu no STF e tem contas na Suíça abastecidas com dinheiro de
propina, além de intimidar adversários com práticas muito semelhantes às
da máfia italiana.
Dilma, por sua vez, não tem qualquer acusação
pessoal contra ela e é a comandante-em-chefe de uma polícia federal que
já prendeu empreiteiros e políticos poderosos, inclusive aliados da
presidente.
Mas o que muda se Dilma sofrer o impeachment?
Pra
começar, o Fernandinho, quer dizer, o Cunha se torna vice-presidente da
república, com possibilidades de se tornar presidente, caso a chapa
PT/PMDB seja cassada pelo TSE.
Em segundo lugar, o próprio Temer,
contra quem já há denúncias de corrupção na lava-jato, torna-se
inimputável. Ou seja, enquanto estiver na presidência, não pode ser
investigado por nenhum crime que não tenha sido cometido no exercício do
mandato.
Pra resumir, a partir de domingo, pode não haver mais
grades no presídio. E seus habitantes devem se mudar para a casa do
diretor.
A não ser, é claro, que o senador esteja errado. Ou que os deputados votem certo.
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