Conheça os bastidores da foto de 1970 que viralizou com atores da TV e o paradeiro de Djenane Machado, também no clique
Há
cerca de três semanas, uma foto com quatro atores conhecidos de muitas
gerações vem intrigando as redes sociais. Nela, aparecem Carlos Vereza,
aos 31 anos, Renata Sorrah, aos 23, Dina Sfat, na época também com 31, e
Djenane Machado, com 23 anos como Sorrah. Os quatro posadinhos na Praia
de Ipanema, com roupas de banho, leia-se sunga e biquínis comportados. O
ano era 1970 e o quarteto fazia parte da novela “Assim na terra como no
céu”, de Dias Gomes.
Ninguém sabe dizer ao certo quem postou,
quem fotografou e o motivo de o registro já ter sido compartilhado por
milhares de pessoas só no Facebook. “Apareceu do nada na minha
timeline”, conta Vereza: “Nem me lembrava que existia essa foto. Foi
alguém numa externa que pediu para a gente posar. Estou segurando uma
bandeira, sei lá... Não fazia parte da cena, foi um bastidor mesmo”.
A
foto em preto e branco de 46 anos atrás passou a chamar atenção dos
internautas por conta dos corpos das atrizes. “Não tinha produção nem
tratamento. Elas eram naturalmente lindas, sem estes corpos bombados, de
academia. Até eu estava com o corpo bem bonitinho!”, opina Vereza, na
época casado com Renata: “Já estávamos juntos quando fizemos a novela”.
Vereza
conta que se surpreendeu com os compartilhamentos, lembrou da colega
Dina, que morreu em 1989, e ainda de Djenane Machado, que encerrou a
carreira na TV em 1986, na extinta Manchete. “As três eram muito
assediadas”, lembra o ator.
O exílio de Djenane Machado, musa dos anos 70
Quando
a foto do quarteto começou a pipocar na internet, muitos se perguntaram
sobre o paradeiro de Djenane Machado, à direita no clique. A Retratos
da Vida, então, conseguiu localizá-la. A atriz está morando em
Copacabana, num dos dois apartamentos que os pais deixaram para ela de
herança com uma cuidadora, chamada Elisa.
Djenane, hoje com 68
anos, atendeu o telefone e falou brevemente. O assunto era a foto que
dominou as redes sociais. A atriz de nada sabia. Não possui qualquer
perfil virtual, tem hábitos quase monásticos, acorda muito cedo e dorme
por volta das 19h. Quando contamos quem estava no registro, ela
imediatamente se lembrou da época e dos colegas de elenco. “Eu e Vereza
fizemos ‘O cafona’, nos anos 70. Deve ser esta foto”, contou. A novela
era outra, mas na memória da atriz a lembrança é presente: “Estava a
Renata e a Dina também, me lembro. Isso mesmo”.
Apressada, porém,
Djenane quis terminar a conversa: “É que eu vou dormir, não estou muito
bem...”. O relógio marcava 18h37m quando ela foi interpelada por Elisa,
que queria saber quem era: “Não sei, fala aqui”. Elisa, então, passou a
mão ao telefone e disse que Djenane não iria falar mais nada: “Ela não
pode atender. Mas se alguém quiser saber dela, diz que ela está muito
bem”.
A
rotina de Djenane é muito diferente da que tinha na época da fama. Ela
sai quase todas as manhãs para uma volta na pracinha do Bairro Peixoto,
sempre com a cuidadora, com a qual tem bastante afetividade. Todos no
bairro sabem quem ela é ou quem ela foi enquanto atuava. Djenane anda de
ônibus e tênis para evitar qualquer queda, e, há alguns anos, ela
conseguiu largar o tabaco, um vício que ainda a faz pedir um cigarro ou
outro na rua, algo coibido pela fiel escudeira.
A
última novela de Djenane Machado foi “Novo amor”, de Manoel Carlos.
Depois disso, ela chegou a fazer algumas peças de teatro, mas o exílio
voluntário veio no início dos anos 90, quando o pai, Carlos Machado,
adoeceu. Ele foi um dos maiores autores de musicais no Brasil, ganhou o
título de O Rei da Noite e sua única filha era vedete de alguns
espetáculos dele.
“Ele escreveu muitas peças para ela estrear.
Djenane era uma moça bem nascida, falava vários idiomas, poetisa,
inteligente. Uma pena que tenha deixado a carreira”, recorda Ney
Latorraca, que atuou com a atriz em “Estúpido cupido”, de 1976.
Em
2001, numa entrevista para a “Isto é Gente”, Djenane chegou a admitir o
abuso de álcool e drogas, o que a afastou do elenco da primeira versão
de “A grande família”. Ela simplesmente nunca mais apareceu para
interpretar Bebel, que anos depois seria a personagem de Guta Stresser,
na releitura.
“Ela era uma atriz extraordinária. Faz falta”,
lamenta Vereza, que até esta reportagem não sabia do paradeiro da amiga.
Djenane foi casada duas vezes, não teve filhos e há 15 anos queria
voltar a atuar e estava escrevendo um livro. Desde então, ela não
aparecia publicamente.
Djenane Machado sempre foi uma bela mulher e uma grande atriz,pena que os anos passem para todos nós.
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