Nomear investigados na Lava Jato é 'erro para lá de previsível', diz líder do PPS
por Daiene Cardoso | Estadão Conteúdo
Foto: Ananda Borges/ Câmara dos Deputados
O líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), reagiu
nesta quarta-feira (4) à sinalização do vice-presidente Michel Temer de
que pode vir a nomear ao seu eventual governo políticos investigados na
Operação Lava Jato. Para Bueno, o momento político é grave, não permite
que erros sejam cometidos e a nomeação de investigados "é um erro para
lá de previsível". "Investigado na Operação Lava Jato não pode virar
ministro. É uma questão lógica e até de precaução. E também de
coerência, já que nós, da oposição, sempre defendemos que ministros
investigados no atual governo deixassem o cargo. Esse mesmo
posicionamento precisa valer para um provável governo de Michel Temer.
Ou seja, quem é alvo de inquérito ou foi denunciado pelo Ministério
Público na Lava Jato deve se concentrar na sua defesa e não no comando
de um ministério", defendeu Bueno, por meio de nota. Em entrevista à
GloboNews na terça-feira, Temer disse que "investigação ainda é o que é,
investigação". "Não sei se isso é fator impeditivo de uma eventual
nomeação. Estou examinando esse aspecto ainda, não defini nada",
declarou Temer. Bueno disse que, no atual momento de crise política no
País, um eventual governo Temer não pode indicar nomes para seu
ministério "envoltos em desconfiança". Na avaliação do deputado, a
sociedade continua atenta aos desdobramentos políticos e não aceitará
"esse tipo de prática". "Queremos um governo de transição eficiente e
isso não será possível se ele for construído com base no fisiologismo e
no toma-lá-dá-cá. Esse filme nós já assistimos com o PT e não queremos
reprise", comentou.
Nenhum comentário