A partir de fevereiro, conta de luz terá bandeira vermelha com tarifa de R$ 3
A
conta de luz deve ficar mais barata a partir de fevereiro. Isso porque a
bandeira tarifária vermelha — que, atualmente, custa R$ 4,50 a cada 100
kWh — passará a ter duas subdivisões, que entrarão em vigor de acordo
com o custo de produção da energia no país. Na primeira delas, a cota
paga pelo consumidor, pelo mesmo consumo, será de R$ 3. E, se os gastos
com a geração de energia nas termelétricas continuarem os mesmos,
segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), este deve ser o
patamar aplicado, diminuindo a cobrança extra em 33%.
A
previsão é feita em cima do custo de operação atual da termelétrica mais
cara do país: R$ 600, para cada MWh produzido. Mesmo a partir deste
preço, seria aplicada a primeira faixa da bandeira vermelha, que abrange
gerações térmicas nos valores de R$ 422,56 até R$ 610/MWh.
No
segundo patamar (cobrado no caso de geração térmica superior ou igual a
R$ 610/MWh), a bandeira vermelha permanecerá R$ 4,50, a cada 100 kWh. O
que muda também é o valor cobrado na bandeira amarela (para geração
térmica de R$ 211,28/MWh até R$ 422,56/MWh): de R$2,50 para R$ 1,50.
As
alterações foram anunciadas ontem pela Aneel, em Brasília, e
justificadas pela melhora na previsão do nível de água nos reservatórios
das hidrelétricas, calculado em 92,67% para este ano, pela área técnica
da agência. Mesmo assim, a mudança da cor indicada nas contas só deve
acontecer a partir de abril, no fim do período das chuvas, devido ao
baixo estoque de energia armazenado ainda.
— No Nordeste, ainda
está em 30% da média, por isso é necessário manter a bandeira vermelha.
Eventualmente, ao longo de 2016, será possível alcançar a normalidade —
avaliou um dos diretores da Aneel, Tiago Correia.
Segundo a Aneel,
porém, projeções a partir de março dependem da decisão do Comitê de
Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que se reúne na próxima semana.
Impacto no valor total será pequeno
Como
a alteração incide apenas sobre a taxa extra, o impacto no valor total a
ser pago pelo consumidor ainda deve ser pequeno, como reconheceu o
diretor e relator do tema na Aneel, André Pepitone. Em uma simulação de
tarifa de R$ 50 para cada 100 kWh consumidos, até janeiro paga-se um
adicional de R$ 4,50. Agora, esse custo cairá a R$ 3. Uma conta de R$
54,50 , por exemplo, passaria a R$ 53, ou seja, 2,75% de abatimento no
valor total.
A arrecadação com a taxa extra, no ano passado, gerou
um saldo, até novembro, de R$ 1 bilhão, valor bem além do necessário
para pagar os custos da falta de água nos reservatórios e gerar térmicas
no país. Ainda no fim do ano, o governo decidiu desligar as térmicas
mais caras e reduziu o custo da bandeira vermelha de R$ 5,50 para R$
4,50, a cada 100 kWh consumidos nos imóveis.
Durante todo o ano de 2015, as bandeiras permaneceram no patamar vermelho, devido aos custos altos de geração de energia.
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