Em mensagem a Ricardo Pessoa, Léo Pinheiro cita Wagner e Desenbahia
Foto: Beto Barata/ Veja
O ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, discutiu obtenção de condições
de financiamentos da Desenbahia em mensagem endereçada ao dono da UTC
Engenharia, Ricardo Pessoa. Segundo informações do jornal O Globo, a
mensagem, que data de 5 de novembro de 2013, foi transcrita em relatório
da Polícia Federal, e sinaliza pedido de ajuda ao “nosso JW”, sigla
usada pelos empreiteiros em referência ao então governador da Bahia,
Jaques Wagner. “Um assunto que o nosso JW poderia nos ajudar seria na
equalização de taxa do desembahia (sic) x FMM e tb prazo de carência”,
escreveu Pinheiro a Pessoa. No relatório não é citado se a medida foi
mesmo tomada, no entanto, no plano de recuperação judicial da OAS,
protocolado na Justiça de São Paulo, a Desenbahia aparece como credora
de R$ 362,7 milhões junto à empresa. De acordo com O Globo, o montante
equivale a 3,7 vezes o total liberado em microcrédito (R$ 87,3 milhões) e
2,5 vezes o valor concedido em financiamentos às prefeituras baianas em
2015. A quantia equivale ainda ao total do que a Desenbahia prevê
conceder em 2016. No plano de recuperação judicial, a agência é uma
credora sem garantias reais, o que significa que o valor de
financiamento não tem penhores e hipotecas associados. A sigla “FMM”,
citada na mensagem, pode se referir, de acordo com O Globo, ao Fundo da
Marinha Mercante, que financia a indústria naval com recursos federais. O
FMM destinou recursos ao estaleiro Enseada, cuja construção foi
interrompida em São Roque do Paraguaçu, no Recôncavo Baiano. Os
acionistas do consórcio são OAS, UTC, Odebrecht e Kawasaki. A Desenbahia
foi procurada por O Globo, mas informou que a reposta caberia à
assessoria do governo do Estado. A OAS não comenta as mensagens citadas
no relatório da PF e a UTC afirmou não comentar investigações em
andamento.
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